segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Entrevista com o escritor Henry Bugalho no Ligados FM

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O fotógrafo e escritor Henry Alfred Bugalho é graduado em Filosofia e Especialista em Literatura e História. Publicou até o momento quatro livros, incluindo o Best-selling “Guia Nova York para mãos de vaca”. Além de colaborar com alguns sites, é editor da revista eletrônica e independente “Samizdat”; é também um dos fundadores da Oficina Editora. Nascido em Curitiba, reside atualmente na Perugia, Itália.

O autor Henry Bugalho

Ligados: Como foi o seu início na Literatura? 

Henry Bugalho: Nem sempre desejei ser escritor, apesar de estar sempre vinculado às artes. Quando criança e adolescente, queria ser desenhista de Histórias em Quadrinhos, depois pianista. 

Tinha uns vinte anos quando comecei a pensar seriamente na escrita. Eu havia me casado, sem grana para transportar o piano para meu apartamento novo e, talvez para compensar, escrevi alguns contos e meu primeiro (e impublicável) romance. Então se tornou um vício, que nunca mais consegui largar. Descobri que eu era um escritor muito melhor do que jamais seria como pianista. 

Ligados: Quais livros não podem faltar em sua biblioteca? Existe algum autor que influencia a sua criação literária? 

Henry Bugalho: Tenho pouquíssimos livros físicos, depois de ter perdido toda a minha biblioteca (com primeiras edições e obras raras) na minha última mudança de Nova York para Buenos Aires, por isto, só leio livros digitais hoje em dia, que são milhares em meu computador. Há alguns autores e obras que leio sempre, como “Ficções” de Borges e “O Livro do Desassossego” de Fernando Pessoa, além de Kafka e Dostoievsky, que são imprescindíveis. 

Já escrevi muito sob influências sazonais. Meu primeiro romance veio na cola da leitura de “Os Buddenbrooks” de Thomas Mann, e já me inspirei em James Joyce, Kazantzakis, Borges e Pessoa. Hoje em dia, creio que já encontrei uma incipiente voz própria, que se parece pouco com o que já li por aí, apesar de ter alguns vestígios de Henry Miller e Milan Kundera. Penso que as minhas influências maiores nem são literárias, mas filosóficas. Schopenhauer, Nietzsche, Bataille e Foucault sempre pairam sobre tudo que escrevo, inevitavelmente fazem parte da minha compreensão do mundo. 

Ligados: Entre os seus quatros livros publicados, há algum mais especial, ou cada um é único de alguma forma? Aproveitando, fale um pouco sobre as obras. 

Henry Bugalho: “O Canto do Peregrino” foi editado, mas nunca publicado ou distribuído, portanto é uma obra inédita. Tenho um enorme orgulho deste meu primeiro livro, um romance histórico sobre os imigrantes europeus no Brasil. É nele que fica evidente a minha paixão pela música e pelo piano, pois são quatro gerações de uma família de músicos e que enfrentam enormes dificuldades para realizarem suas ambições. 

“O Rei dos Judeus” é também um romance histórico, desta vez abordando a figura de Jesus, da maneira mais realista possível. Foi um livro que me tomou quase 10 anos de pesquisa e que mudou muito desde a primeira linha escrita até a versão final. Tive de reescrevê-lo quase completamente, porque sempre que encontrava novas evidências históricas, eu me sentia obrigado a alterá-lo. 

“O Covil dos Inocentes” é um romance de mistério noir, escrito totalmente num blog num intervalo de alguns meses. Fazia parte de uma fase na minha produção literária na qual eu pretendia explorar vários gêneros aos quais não estava habituado a escrever, como ficção científica, terror, mistério, romântico, suspense e assim por diante. 

Por fim, “O Homem Pós-Histórico” é uma novela sobre a própria humanidade, o que nos torna o que somos, e como somos guiados por nossos instintos mais primitivos. 

Posso dizer que todos estes romances pertencem a uma fase de destruição (incluindo o inédito “Cassandra”, sobre a Guerra de Tróia), na qual eu desconstruo tudo aquilo que já acreditei ou admirei, e questiono alguns aspectos de minha própria identidade. Se eu tivesse de escolher o melhor, diria que “O Canto do Peregrino” é o que mais se aproxima à ideia original, o mais bem realizado. 

Ligados: O seu “Guia Nova York para mãos de vaca” tem sido um grande sucesso desde que foi lançado. Esta grande procura, em sua opinião, se dá ao fato de no Brasil existir pouquíssimos Guias de Viagens, ou acontece pelo fato da obra poder ser facilmente conciliada com as dicas existentes no Blog? 

Henry Bugalho: Até que existem bastantes guias de viagens no Brasil. O diferencial do “Guia Nova York para Mãos de Vaca” deve-se a duas características, na minha opinião: 1 - é um guia de viagens escrito por um brasileiro para brasileiros; quando se trata de uma tradução, perde-se muito do contexto no qual a obra foi concebida e redigida e 2 - o guia é informal; trata-se de um bate-papo com o leitor, sem aquele tom de autoridade, são apenas recomendações minhas, um sujeito simples e normal, para outras pessoas como eu. Não sou o dono do conhecimento, nem pretendo ser. 

E também sei, através dos comentários dos próprios leitores, que o sucesso tanto do livro quanto do blog é porque ele é divertido e bem escrito. Neste sentido, há uma grande vantagem em ser um escritor literário, pois sei exatamente o que quero dizer e que sensação gostaria de causar no leitor. Eu não sou um viajante que escreve, sou um escritor que viaja. Isto faz muita diferença. 

Ligados: Ainda na Literatura, você é organizador e editor da Revista eletrônica e independe Samizdat. Qual o objetivo da mesma, além de divulgar novos nomes sem se prender ao capitalismo? A concepção da revista seria possível sem os benefícios da internet nos dias atuais? 

Henry Bugalho: Na Revista SAMIZDAT, não estamos combatendo o capitalismo, pelo menos este nunca foi um dos nossos ideais. 

Tentamos contornar o bloqueio da indústria cultural aos novos talentos, àqueles que tem muito a dizer e pouco espaço de expressão. Há tantos escritores bons escrevendo contos, poemas e crônicas e que jamais serão publicados pelas editoras ou pelos grandes jornais, mas que ainda assim merecem nossa atenção. 

Simplesmente não podemos fechar os olhos ao que está ocorrendo e, pelo que percebo, esta lentidão do mercado literário, esta incapacidade de assimilar o novo e o extraordinário, de se renovar, pode ser também a causa de sua própria ruína. Nos EUA, o negócio anda feio para as grandes editoras, que estão a um passo de serem engolidas pela Amazon e pela legião de autores autopublicados. Nossa época trará grandes mudanças para o cenário literário e a SAMIZDAT, além de outras revistas e portais literários, é parte deste processo de transformação. 

Ela seria possível sem a internet, pois revistas literárias não são um fenômeno contemporâneo, mesmo assim, seria muito diferente do que é hoje. A SAMIZDAT publica autores de língua portuguesa espalhados pelos quatro cantos do mundo, e isto seria muito difícil de ser feito sem a internet. 

Ligados: Tanto o seu livro “O covil dos inocentes” quanto o “Guia Nova York para mãos de vaca” estão disponíveis em versões e-books, porém, o romance pode ser baixado gratuitamente, enquanto que o Guia é comercializado. Por que isto acontece? 

Henry Bugalho: A lógica é muito simples: eu vendo o que pode ser vendido, e distribuo gratuitamente o que não pode ser vendido. 

Partimos do pressuposto que quem viaja ao exterior pode pagar uns 20 reais para comprar um guia de viagens, faz parte de um dos gastos necessários. Não preciso convencer ninguém a comprar meu guia; os leitores vem ao meu blog, leem as dicas, empolgam-se e compram o livro, depois espalham a notícia para seus amigos. O sucesso do www.maosdevaca.com é no boca-a-boca. 

Agora convencer alguém a comprar um romance de um autor desconhecido, isto sim é trabalho duro! Primeiro, porque os brasileiros não dão tanto valor à produção literária nacional, depois, porque eles preferem comprar os livros dos autores já consagrados. Se eu quiser criar um nome e conquistar um público para meus romances, para mim o caminho mais simples e óbvio é dando-lhes gratuitamente parte deste material para que eles possam ler e fazer seu próprio julgamento. 

Como escritor de ficção, meu maior prazer é ser lido. Todavia, o que paga as minhas contas e minhas viagens são os livros de não-ficção.

Ligados: Visitando e morando em outros países, que comparação você faz em relação ao hábito da leitura no exterior e no Brasil? 

Henry Bugalho: Além do Brasil, morei em três outros países, com mercados literários muito distintos. 

Nos EUA, há uma verdadeira indústria do livro, com um público leitor imenso que compra e consome literatura. Americano valoriza a cultura e está disposto a pagar por ela. É comum encontrar nos metrôs, parques e praças muita gente com livro ou leitores digitais. No entanto, é um povo que lê primordialmente autores americanos ou de língua inglesa, com pouquíssima abertura para traduções de autores estrangeiros. Há poucas, mas gigantescas livrarias. 

Na Argentina, também há um grande público leitor, com incontáveis livrarias e sebos espalhados por toda a cidade de Buenos Aires. Os argentinos leem muita ficção e possuem uma rica tradição de escritores de renome. Por outro lado, é um país empobrecido pela crise, em evidente processo de favelização, e não percebo um grande interesse das novas gerações pela Literatura. 

Já na Itália, há um bom público de leitores, com espaço para autores locais e estrangeiros e com um cenário literário de vanguarda em ebulição. Você vê na TV programas específicos sobre leitura e literatura, com recomendações de livros e há muitas livrarias grandes. Os italianos valorizam bastante a cultura e não poderia ser diferente vindo de um país com sua riquíssima História. 

Por fim, no Brasil, é aquilo que já sabemos: um mercado forte de auto-ajuda, esoterismo e religioso, uma idolatria pelos best-sellers internacionais e vendas pífias de autores brasileiros. Uma classe média que só agora está começando a criar hábitos de leituras, mas com livros caros e poucas livrarias. Ao contrário destes três casos anteriores, o Brasil não é um país de leitores, o que afeta diretamente qualquer um com pretensões de tornar-se um escritor profissional. 

Ligados: Descentralizando um pouco o andamento da nossa entrevista, poderia nos fornecer detalhes sobre os seus diversos Blogs? 

Henry Bugalho: Escrevo vários blogs com distintas abordagens: 

Viagens para Mãos de Vaca (www.maosdevaca.com) - com dicas de viagem econômica para vários destinos do mundo, como EUA, Argentina, Chile, Brasil, Itália, Espanha, França etc. 

Cala a Boca e Clica! (www.calabocaeclica.com) - onde ensino várias técnicas para quem deseja aprender a fotografar melhor, inclusive com um curso completo de introdução à fotografia. 

Revista SAMIZDAT (www.revistasamizdat.com) - uma revista literária digital gratuita, trazendo vários autores talentosos da novíssima geração literária em português, além de traduções ou obras de autores canônicos. 

Blog do Escritor (http://blogdoescritor.oficinaeditora.com) - com recomendações e técnicas para novos escritores, além de artigos e observações sobre o mercado literário e publicação independente. 

Há alguns outros, mas sem grande repercussão.

Ligados: Está com algum projeto em andamento? 

Henry Bugalho: Sempre, e vários! 

Estou trabalhando em três romances diferentes, um baseado na minha experiência residindo em Nova York e outro em Buenos Aires, além de um terceiro, experimental, reunindo vários gêneros literários numa mesma obra. 

Além disto, estou trabalhando em guias para mãos de vaca para outros destinos do mundo e preparando a terceira edição do guia de Nova York. 

Ligados: Que dica você deixa aos novos escritores? 

Henry Bugalho: Se ainda houver tempo, desista! 

No entanto, se escrever é o que você ama e não consegue se imaginar fazendo outra coisa, prepare-se, porque você será ignorado, rejeitado e criticado até cansar. 

No mundo da Literatura, não são os melhores que vencem, são aqueles que conseguem suportar as porradas e as rasteiras, os cascas-grossas que aguentam os trancos e barrancos da carreira. São estes que sobrevivem no final. Os muito delicados e sensíveis tombam no meio do caminho. 

Há um mito que os artistas são sentimentais, mas isto é conversa fiada; para ser um artista é preciso trajar suas armas e armaduras e preparar-se para uma guerra sem fim. 

Perguntas rápidas: 
Autor(a): Fernando Pessoa;
Ator(Atriz): Harrison Ford;
Site: Wikipedia; 
Banda: The Beatles;
Música: Sonata nº 8 em dó menor, op. 13 “Patética”, de Beethoven;
Filme: “Ladrões de Bicicleta”, de Vittorio de Sica.

Links na internet: 

Links dos seus produtos nas lojas online: 
Guia Nova York para mãos de vaca: Aqui;
Cala a boca e clica: Aqui;
Oficina Editora (Catálogo): Aqui.

Ligados: Considerações Finais. 

Henry Bugalho: Ainda não sei se aplaudo ou devo temer o futuro. Muito está mudando e muito ainda irá se transformar. 

Esta é a hora na qual os visionários se destacarão do rebanho e criarão seus próprios caminhos. É um tempo de incertezas, uma época de revolução. 

Antes, eu desejava ter nascido na Grécia Antiga, durante o Renascimento ou na década de 20, para ver as grandes transformações artísticas e culturais da humanidade, mas hoje tenho orgulho dos nossos tempos, e talvez os escritores que ainda virão nos olharão com inveja por termos podido presenciar todo o rebuliço que a era digital causou. 

Nada será igual, e aqueles que se encolherem diante do desconhecido ficarão para trás ou serão devorados. 

Este é o momento do mergulho no desconhecido.


Autor: Thiago Jefferson - Criação: 24/08/2012 - Objetivo: www.ligadosfm.com

Entrevista com a escritora Lycia Barros no Ligados FM

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É a primeira vez que uma escritora cede uma entrevista ao Ligados, e para iniciarmos com chave de ouro, convidamos nada mais nada menos que a Lycia Barros. Formada em Letras pela UFRJ, a autora já lançou cinco livros em dois anos de escrita. Com tanta inspiração, criou o canal no Youtube "Papo Literário", onde dá dicas de literatura e entrevista autores nacionais. Além de Palestrante, Lycia também ministra cursos voltados para novos escritores. 

Livros da autora: “A bandeja”; “Entre a mente e o coração”; “Uma herança de amor”; “Tortura cor-de-rosa” e “A garota do outro lado da rua”.

A autora Lycia Barros

Ligados: Quando e como surgiu o interesse em se tornar escritora? 

Lycia Barros: Foi algo espontâneo. Comecei a escrever uma historinha para mim e, em seguida, compartilhei com minhas irmãs que gostaram e me incentivaram a continuar. 

Ligados: Quais autores te influenciam? 

Lycia Barros: Richard Matteson, Nora Roberts, Francine Rivers... e mais alguns que não estou lembrando agora. Em geral, autores de romance. 

Ligados: Você publicou, até o momento, cinco livros. Poderia nos fornecer detalhes sobre as obras? 

Lycia Barros: Os livros “A bandeja”, “Entre a mente e o coração” e “Uma herança de amor” são romances voltados para o público jovem/adulto. Já os livros “Tortura cor-de-rosa” e “A Garota do outro lado da rua” são livros voltados para o público juvenil, e que geralmente são mais finos por serem trabalhados em escolas no ensino fundamental. 

Ligados: Em geral, que mensagem você deseja passar nas estórias dos seus Romances? 

Lycia Barros: Acredito que o escritor, como figura pública, tem uma responsabilidade social de edificar o seu leitor de alguma forma, ao mesmo tempo que entretenha-o. Procuro trabalhar conceitos emocionais, os quais acredito que podem mudar a nossa vida para melhor. 

Ligados: Como tem sido o retorno do público em relação às suas obras? 

Lycia Barros: Excelente. Em sua grande e devastadora maioria não tenho do que me queixar. Achei o meu público e eles me acharam. Nada poderia ser melhor.

Ligados: Qual a sensação de ter sido apresentadora âncora na primeira edição do CODEX DE OURO? 

Lycia Barros: Foi uma grande honra para mim, embora também uma grande responsabilidade. Acredito muito na filosofia do prêmio e nas pessoas que estão por trás dele. Foi uma honra inaugurá-lo. 

Ligados: Atualmente estão surgindo diversos escritores no cenário literário nacional, e o que tenho percebido é que a maioria está mais interessada em publicar do que pela qualidade dos seus textos em si. Como você analisa esses aspectos? 

Lycia Barros: Há muito trabalho duro por trás de um livro. Aqueles que querem escrever somente para se promover fatalmente serão esquecidos antes de andar duas léguas. O escritor precisa se preparar e ter uma consultoria por trás para não naufragar antes mesmo de começar. 

Ligados: Para fins de divulgação, a internet tem te ajudado a atingir novos leitores, ou você acredita que ela torna-se mero objeto de entretenimento para os jovens? 

Lycia Barros: A internet foi, e continua sendo, fundamental para divulgação das minhas obras. Até isso o autor precisa estudar para saber como encontrar o seu leitor na web. Estou caminhando, ainda há muita coisa a ser explorada por mim. 

Ligados: Muitos acreditam que os famosos e-books irão substituir, pouco a pouco, os livros impressos. Você concorda com isso? 

Lycia Barros: Não. Pelo menos, não a curto prazo. O livro impresso ainda tem o seu charme, além da facilidade do manuseio. Acho que ainda estamos há muitas gerações de ele ser substituído, se é que irá mesmo acontecer. 

Ligados: Poderia nos falar um pouco a respeito dos Vlogs? Como surgiu essa ideia de criar um? 

Lycia Barros: Foi pura vontade de ajudar. Passei muitas dificuldades no começo de minha carreira por falta de conhecimento. Por isso, depois que aprendi algumas coisas, resolvi compartilhar minha trajetória. Afinal, o autor é um ser meio solitário, e essa foi uma forma de fazer novos amigos no ramo também. 

Ligados: Você, além de escrever bastante, possui o “Papo Literário” (Canal no Youtube), dá palestras e ainda ministra cursos de escrita. Como gerencia o seu tempo com família, trabalho e vida social? 

Lycia Barros: Só Deus sabe (Risos)... procuro conciliar meu trabalho com a vida pessoal sempre priorizando a família. Graças a Deus tenho o apoio de todos em casa, mesmo assim, todas as minhas viagens são com consentimento e apoio do meu marido. E isso é muito importante para mim. Atualmente, ministro muitos cursos online, o que resolveu em boa parte a questão do meu deslocamento constante. Bendita internet!

Ligados: Possui projetos em pauta? 

Lycia Barros: Sim, mas não posso falar deles agora. Até o final do ano todos irão saber, mas é algo que estou fazendo em parceria com o idealizador do CODEX DE OURO e que vai ajudar muito a literatura nacional. Fora isso, lançarei mais um livro antes do natal e darei cursos em vários estados neste semestre. 

Ligados: Que dica você daria àqueles que desejam se engajar na Literatura? 

Lycia Barros: Estude, crie rotina de escrita, e persista. Não é uma profissão fácil nem no Brasil, nem no mundo, mas para mim, é a mais recompensadora em um sentido global. 

Perguntas rápidas: 
Autor(a): Francine Revers;
Ator(Atriz): Henry Cavill;
Site: www.hugobreves.com.br;
Banda: Metronomy;
Música: The bay;
Filme: Tristão e Isolda.

Links na internet: 
Twitter: @lyciabarros;

Outros: Você pode encontrar todos os livros da autora nos sites do Submarino, Saraiva, Livraria Cultura, ou pode comprar um exemplar autografado direto na lojinha do site da autora emhttp://www.lyciabarros.com.br/blog/?p=247.

Ligados: Deseja encerrar com mais algum comentário? 

Lycia Barros: Fico feliz de ver que há um grande movimento na web em prol de autores nacionais, e aplaudo de pé esse tipo de iniciativa. Muito obrigada pela oportunidade.


Autor: Thiago Jefferson - Criação: 10/08/2012 - Objetivo: www.ligadosfm.com

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Entrevista com o escritor Thiago Gonzaga no Ligados FM

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Thiago Gonzaga nasceu no início dos anos 80 na cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte. Considera como profissão a de pesquisador da Literatura norte-riograndense, embora consiga o seu sustento como Servidor Público Municipal, em prol de uma cidade mais limpa. É considerado um dos primeiros garis graduados em Letras do Brasil, algo bastante paradoxal, de fato. 

Amante da Literatura Potiguar, mantém um Blog chamado “101 Livros do RN”, onde divulga as obras de autores regionais; possui ainda uma biblioteca pessoal que já conta com mais de mil livros locais. É autor da obra “Nei Leandro de Castro - 50 anos de atividades literárias 1961-2011”, lançada em maio pela editora Sebo Vermelho, em conjunto com dois outros autores potiguares.

O autor Thiago Gonzaga

Ligados: Fale um pouco sobre você. 

Thiago Gonzaga: Sou um grande fã da Literatura Potiguar, que ama os nossos livros e escritores. Tenho uma biblioteca com mais de mil livros só com autores potiguares e sonho em me tornar um Crítico Literário. 

Ligados: Quando aconteceu o seu encontro com as Letras? 

Thiago Gonzaga: Sou de família muito humilde, filho de pais analfabetos; com cinco anos de idade perdi o meu pai, e minha mãe é empregada domestica, então tive que largar os estudos muito jovem ainda para ajudar na renda familiar. Até meus vinte e um anos de idade, eu era praticamente analfabeto, nunca tinha lido um livro, larguei os estudos no 3° ano do Ensino Fundamental. Só voltei a estudar depois do meu encontro com a Literatura Potiguar. 

Certo dia, já adulto, eu estava procurando emprego na rua e encontrei um jornal velho com uma crônica da Clotilde Tavares, escritora paraibana radicada em Natal. Aquela crônica me chamou a atenção, e ali aconteceu o meu primeiro contato com a Literatura Potiguar. Nesse mesmo período minha mãe, que era empregada domestica, ganhou da patroa alguns livros; trouxe para casa, e no meio deles encontrei alguns de Literatura Potiguar, com nomes como Câmara Cascudo e Manoel Onofre júnior. Ali definitivamente começou o meu amor pela Literatura Potiguar. 

Ligados: Recentemente você publicou o livro “Nei Leandro de Castro - 50 anos de atividades literárias 1961-2011”, em conjunto com dois outros autores. Fale um pouco sobre a obra e o que ela representa para você. 

Thiago Gonzaga: Esse livro é o resultado de um projeto que criamos para anualmente homenagear um escritor potiguar que tenha uma obra literária representativa para as nossas letras. Tenho dois amigos que me ajudam no blog, que é a Fátima Lima, estudante do curso de Letras, e o Luís Pereira, um amigo poeta que usa o pseudônimo de Chumbo Pinheiro. Convidei-os para me ajudar com o livro, já que me ajudam no blog com artigos, correções ortográficas, etc., dividimos as tarefas e o livro nasceu. A obra ficou muito bonita e é muito rica em informações e fotos sobre a obra do Nei Leandro; fiquei feliz com o lançamento, pois foi o meu primeiro livro lançado, porém ficamos mais felizes ainda com a contribuição que foi dada à Literatura Potiguar, pois o Nei Leandro estava comemorando cinquenta anos de atividades literárias e ninguém se lembrou disso, só a gente. Acredito que daqui a 50 ou 100 anos esse livro seja uma boa fonte de pesquisa sobre a obra dele.

Ligados: Como tem sido o reconhecimento do público a respeito do livro? A publicação mudou a sua visão do mercado literário norte-rio-grandense? 

Thiago Gonzaga: A receptividade tem sido muito boa, estou feliz com o resultado do livro, é uma obra que colabora com a Literatura Potiguar no sentido de ser uma fonte de pesquisa em relação à obra de Nei Leandro de Castro, já que até então não existia nenhuma. Quando comecei o trabalho de divulgação da Literatura Potiguar no Blog “101 livros do RN”, comecei a ter noção de como era difícil para um autor local publicar e vender livros aqui no estado. Infelizmente faltam políticas públicas que ajudem na divulgação e distribuição das obras, assim como um apoio maior com concursos e premiações, sem falar que existe um próprio preconceito da sociedade local em relação a nossa literatura, que não deve nada a de outros estados. 

Ligados: Dedica-se a outros gêneros literários? Se sim, em que autores você se inspira para a criação dos textos? 

Thiago Gonzaga: Na verdade eu sempre gostei da pesquisa, não me considero outra coisa a não ser pesquisador de obras locais; escrevo poesia, mas muito raramente. Na área da pesquisa, eu me inspiro no trabalho do Manoel Onofre Júnior, Tarcísio Gurgel, Humberto Hermenegildo e outros autores locais. 

Ligados: Ainda na Literatura, você toca um projeto de divulgação de autores potiguares chamado “101 Livros do RN que você precisa ler”. Quando surgiu essa ideia, e para você, o que falta para que as obras locais sejam mais exploradas? 

Thiago Gonzaga: Quando comecei a ler livros potiguares e frequentar sebos na cidade, senti a necessidade de conhecer mais da literatura potiguar e vi que a realidade do autor local era difícil, então cursei uma faculdade de Letras, e no período de quatro anos li milhares de livros locais. Quando me formei fundei o Blog “101 livros”, a fim de divulgar a literatura local para a nova geração que está surgindo e que usam a internet como fonte de pesquisa e estudos. No blog eu conto toda a história da Literatura Potiguar através de livros, dados de autores, curiosidades, textos, capas... Enfim, toda a literatura do RN em mais de 150 anos de história está sendo postada no blog diariamente. 

O que falta na literatura local são políticas públicas, ou até mesmo que se cumpram as leis que já existem, como a lei do livro, chamada também de Lei Henrique Castriciano, que propõe ao estado distribuir, publicar e apoiar os autores do RN.

Ligados: Você se considera um amante da poesia, fato que te fez vencedor do Prêmio Literário “O Trem da Minha vida” 2011, instituído pelo Curso de Letras da UnP e pelo PET literatura do Rio Grande do Norte. Conte-nos um pouco sobre essa premiação, e em especial, sobre o poema Bilhete de Suicida. 

Thiago Gonzaga: Eu gosto de ler poesia, mas não sou poeta (risos). Eu ganhei esse prêmio em 2011 e foi um momento feliz, pois fazia quase cinco anos que eu escrevia este poema “Bilhete de Suicida”, e ele sofreu várias modificações até chegar à forma ideal para concorrer. Mostrei ao meu amigo Chumbo Pinheiro e ele gostou, então escrevemos um livro juntos chamado Avenida Poesia, que pretendemos publicar num futuro próximo. O poema eu fiz em homenagem à escritora Clotilde Tavares, que foi quem me fez ter o primeiro contato com a literatura local, e é o título do primeiro livro lançado por ela. 

Ligados: Está envolvido em outros projetos literários? 

Thiago Gonzaga: Sim, estou já em andamento com o próximo projeto que é em homenagem ao poeta Diógenes da Cunha Lima e seus 45 anos de atividades literárias, além de outro trabalho chamado “Novos Ficcionistas Potiguares”. 

Ligados: Qual a dica que você deixa aos novos escritores? 

Thiago Gonzaga: Leiam bastante, aprimorem a escrita, a técnica, conheçam os clássicos, e se esforcem para fazer uma obra diferenciada. Com certeza terão o valor reconhecido. 

Perguntas rápidas: 
Autor (a): Vários do RN;
Ator (Atriz): Lenicio Queiroga;
Site: Substantivo Plural; 
Banda: Rosa de Pedra; 
Música: Linda Baby, de Pedrinho Mendes;
Filme: A vida é bela. 

Links na internet: 
Facebook: Thiago Gonzaga;

Ligados: Considerações finais. 

Thiago Gonzaga: Muito obrigado pelo espaço e vamos em frente, sempre em prol da Literatura e Cultura Potiguar. Recomendando que se cumpra o que esta na Lei Estadual: Literatura e Cultura do RN nas escolas já!


Autor: Thiago Jefferson - Criação: 27/07/2012 - Objetivo: www.ligadosfm.com

Entrevista com o escritor João Paulo Hergesel no Ligados FM

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João Paulo Hergesel é o autor do livro de contos “Anilina, Ziguezague e Désirée”, pela Editora Patuá. Nasceu em 1992, no dia 25 de julho, que por coincidência é nacionalmente considerado o Dia do Escritor, em Sorocaba (interior de SP). Reside em Alumínio/SP e atualmente trabalha com revisão gramatical de livros e presta serviços editoriais (redação, tradução e afins), além de ser estudante universitário do último ano de Letras: Habilitação em Português e Inglês, pela Universidade de Sorocaba. Foi colunista de dois jornais locais e participou em diversas antologias, colecionando dezenas de prêmios literários, nacionais e internacionais.

O autor João Paulo Hergesel

Ligados: No momento atual, diversos jovens têm se interessado pela Literatura. Porque decidiu tornar-se escritor?

JP Hergesel: Não foi bem uma decisão, e sim um acaso. Desde muito novo, sempre gostei de viver em um mundo fantástico, imaginando coisas e acreditando na própria imaginação. Quando aprendi a ler e a escrever, fiquei não só imerso nas páginas dos livros infantojuvenis como também comecei a passar minha criatividade para o papel. Pode parecer até um pouco surpreendente, mas meu primeiro prêmio literário foi aos 9 anos, com um poema que escrevi sobre cidadania. Mesmo assim, até os 15 anos, eu jamais me imaginava na posição de escritor; escrevia apenas para desabafar o que sentia. Depois dessa época é que eu acabei me assumindo contista, cronista, romancista e o que mais se encaixar.

Ligados: Quais autores influenciam a sua produção literária?

JP Hergesel: Aprendi um pouquinho com cada autor que já li: desde a simplicidade de Ruth Rocha até a complexidade de Virginia Woolf. Mas os que mais se destacaram foram: Sérgio Klein, que inspirou minha criatividade; Clarice Lispector, que influenciou minha subjetividade; Adriana Lisboa, que me ensinou a tratar as palavras com a delicadeza que elas merecem; e Lygia Bojunga, cujo estilo foi o que mais me incentivou a brincar com a linguagem.

Ligados: Como foi o processo de criação de "Anilina, Ziguezague e Désirée", a sua primeira coletânea de contos juvenis?

JP Hergesel: Foi meio do nada. Eu estava com diversos contos voltados ao público infanto-juvenil, todos arquivados quietinhos na minha pasta pessoal do notebook. Resolvi, então, que juntaria todos em um único documento e tentaria a publicação, enviando o original a diversas editoras — na época, enviei não só o livro de contos como também um romance juvenil, para o qual ainda não consegui patrocínio para publicação. "Anilina, Ziguezague e Désirée", no original, chamava-se "Vintium". Tinha esse nome por soar bastante lúdico e porque o livro continha vinte e um contos. A editora, quando aprovou o original, no entanto, sugeriu alguns cortes e o livro passou a ter apenas quatorze contos. Em consequência disso, o livro foi batizado com o nome de um dos contos.

Ligados: O seu livro foi lançado pela editora paulista Patuá. Como você visa o mercado editorial brasileiro e como foi o processo de ir atrás de uma publicação?

JP Hergesel: A Patuá foi um presente que caiu do céu. O mercado editorial brasileiro, infelizmente, está mais focado no lucro do que na qualidade. Então, a maioria das editoras já consagradas dá preferência a escritores internacionais e autores de best-sellers, limitando o espaço editorial e impedindo que novos autores se destaquem. A Patuá, em contraponto, está mais preocupada em dar oportunidade a esses jovens talentos da literatura e tem feito um lindo trabalho, publicando livros com alto teor estilístico e literário. A Patuá me ajudou a perceber que muitas das recusas que ouvi de editoras “grandes” não se deram ao fato de que minha escrita era supostamente precária, mas porque meu nome era desconhecido. Pode parecer até absurdo, mas já cheguei a ter o original recusado sem mesmo ter sido lido: utilizaram minha (pouca) idade como critério de avaliação — e não foi uma única vez. Portanto, só tenho a agradecer aos meus queridos editores, Eduardo Lacerda e Aline Rocha, que, mesmo não me conhecendo, acreditaram no meu talento e apostaram no meu trabalho. Se hoje tenho um livro impresso publicado, devo isso ao carinho deles.

Ligados: O que você sentiu ao receber os primeiros exemplares físicos do seu livro?

JP Hergesel: Foi uma coisa muito louca. Na verdade, a ansiedade maior não foi tanto com relação aos exemplares físicos, e sim com a questão da capa. Todos os dias, meu fígado se corroía de curiosidade para saber como ficaria a capa do livro. Eu não conhecia o Jozz, o designer, mas vi, pelo portfólio dele, que fazia um excelente trabalho. Sabia que meu livro estava em boas mãos, mas ainda assim contava os segundos para ver a capa pronta. Quando o Eduardo e a Aline (editores) me mandaram o resultado, tive o maior encanto da minha vida: o gato anil olhando o novelo que fazia ziguezague se tornou minha imagem preferida. Tive a certeza: o Jozz havia se superado! Depois disso, ainda demorou um tempinho para que todo o resto ficasse pronto (a diagramação, a parte gráfica, etc.), então só recebi os primeiros exemplares no dia do lançamento. E foi de uma maneira bastante inusitada: eu estava passando em frente ao supermercado e, surpreendentemente, esbarrei com o Eduardo e com a Aline por lá; eles haviam acabado de chegar de São Paulo para a noite de lançamento (que seria em Alumínio). No mesmo momento, o Eduardo buscou os exemplares que estavam no carro e deixou em minhas mãos. Foi a primeira vez que carreguei meu filho no colo.

Ligados: Fale um pouco sobre a sua obra.

JP Hergesel: São 104 páginas de louqueira e feliversão (loucura com doideira e felicidade com diversão). São 14 contos juvenis que tentam agradar jovens de todas as idades, e não apenas o público adolescente. Há histórias narradas em primeira pessoa, em terceira, em drama, tem histórias de pura fantasia e até de ficção realista. É a mistura de um pouquinho de cada coisa, um verdadeiro ziguezague na imaginação. E o estilo é cheio de bom humor. Mas o que chama mais atenção mesmo é o título: Anilina, Ziguezague e Désirée. Sempre me perguntam o motivo. Aproveito, então, para contar: esse é o título de um dos contos do livro, em que a personagem principal diz que essas três palavras são suas preferidas. Além disso, é possível fazer uma interpretação semiótica do nome: anilina porque os contos servem para colorir a imaginação do leitor; ziguezague porque o tema dos contos segue a linha do vaivém; e Désirée, que em francês significa “o desejado”, para mostrar o livro como objeto de desejo do leitor. Tudo isso pode ser percebido na capa, confeccionada pelo Jozz: o gato tingido de anilina olhando desejosamente para o novelo que faz ziguezague no chão.

Ligados: Como tem sido o reconhecimento do público a respeito do seu trabalho?

JP Hergesel: Dizem que gostam, e eu acredito. Mas confesso que, às vezes, recebo tanto elogio que fico até desconfiado. Acho maluquice alguém receber elogios em número tão maior do que críticas. Só sei que o entusiasmo é grande, e a surpresa ocasionada pelas histórias que me contam sobre a influência dos meus textos é ainda maior. Uma amiga disse, poucos dias depois do lançamento do livro, que a irmã dela não dormia antes de ouvir o último conto do livro: A Bússola Mágica. É uma metáfora da vida real, sobre um menino triste que sai em busca da felicidade, mas não consegue encontrá-la em nenhum lugar onde procura. É um dos contos mais aplaudidos, mas sou obrigado a admitir que está longe de ser o meu preferido (tanto que quis até cortar do livro, mas os editores não deixaram). Outra história bacana foi uma contada pela minha professora de literatura inglesa e norte-americana. Segundo ela, estava na fila do teatro quando resolveu começar a leitura do livro e começou a rir sozinha com o primeiro conto: Ted. Este conta a história de um garoto que se sente esquisito por ter um nome diferente e ser zombado com trava línguas até em inglês. Cá entre nós, acho que esse é meu conto preferido do livro. Tenho um carinho enorme por ele, tanto que foi o mais bem trabalhado na hora da produção.

Ligados: Ainda na escrita, você participa frequentemente de concursos literários. Tem ideia de quantos prêmios já ganhou e quais os que possui maior apreço?

JP Hergesel: Até minha última contagem, foram pouco mais de cinquenta prêmios. Pode parecer um número bem alto, se levarmos em consideração meus 19 anos de idade, mas, como sempre dizem que quantidade não é qualidade, prefiro não me gabar. Sou grato por todos e tenho uma estima muito grande por cada um deles. Mesmo assim, é óbvio que há aqueles com os quais eu gostaria de dormir abraçado todas as noites. Posso destacar como exemplo: o Cancioneiro Poético, realizado pelo Instituto Piaget de Portugal, que foi meu primeiro prêmio internacional; o Mapa Cultural Paulista, realizado pela Secretaria de Cultura de São Paulo, no qual fui selecionado para representar Alumínio e a região sorocabana; o Desafio dos Escritores, realizado pelo Núcleo de Artes da Câmara dos Deputados em Brasília, do qual recebi até convite para ser jurado; e o clássico Concurso Literário da Uniso, em que fui finalista antes mesmo de fazer parte do corpo discente da universidade.

Ligados: Você foi colunista de dois jornais locais, contribuindo com diversos textos como Crônicas, Contos, Resenhas e Artigos. Como foi essa experiência?

JP Hergesel: Foi uma experiência bastante válida e, algumas vezes, desafiadora. Em abril de 2009, o Jornal de Alumínio Regional, jornal de maior circulação da cidade, chegou até mim e fez o convite para que eu passasse a escrever quinzenalmente para eles. Adorei a ideia de ser lido por toda a população da cidade e até mesmo das cidades vizinhas por onde o jornal circula. Tive meu trabalho amplamente divulgado e ganhei alguns fãs (risos). Em julho de 2010, a Gazeta de Alumínio, outro jornal do município, também passou a publicar meus textos — foi outra surpresa para mim. Hoje, infelizmente, já não contribuo com o mesmo gás de antes, devido às obrigações universitárias e à monografia de conclusão de curso. Acabo tendo tempo somente para escrever textos acadêmicos e fico sem inspiração literária para manter a periodicidade dos jornais. Mas só tenho a agradecer a ambos os jornais pela excelente oportunidade que me deram e que, com certeza, também foram responsáveis pelo amadurecimento da minha escrita.

Ligados: Atualmente você trabalha como Revisor Freelance. Em sua opinião, qual a importância desse tipo de profissional na vida de um escritor?

JP Hergesel: O escritor vive em fluxo de consciência e, por isso, acaba despejando tantas ideias no papel que não sobra tempo para dedicar-se às questões de pontuação, concordância, regência e ortografia. Ainda que o escritor tenha um ótimo conhecimento da gramática, os erros passam despercebidos, mesmo após várias leituras. É então que entra o revisor. O revisor é o responsável pelo acabamento do texto: se o livro fosse um prédio em construção, o revisor seria aquele profissional que passa a massa corrida e tapa os buracos e corrige as imperfeições antes da finalização da obra. Trabalhei como revisor freelance para a Editora Espaço Idea em 2010, mas não tive a oportunidade de dedicar muito tempo a esse ofício, visto que fui contratado pela prefeitura para trabalhar na área da educação. No início deste ano, no entanto, resolvi me aventurar piamente nesse ramo e montei uma empresa prestadora de serviços editoriais: a Jogo de Palavras. Hoje, exerço a função de revisor não apenas para editoras como também para pessoas físicas (autores independentes e outros profissionais que necessitam do trabalho de correção ortográfica) e amo ter a gramática como minha sócia.

Ligados: Como você equilibra o seu tempo, já que tem que dividi-lo entre Vida Social e Profissional?

JP Hergesel: Acordo e vou para o computador, responder e-mails dos colegas da faculdade e terminar alguma pesquisa ou escrever algum ensaio. Depois saio para almoçar e volto para o computador, fazer contato com editoras e autores e dar continuidade em alguma revisão. Então saio para comer alguma coisa e vou para a faculdade, dedicar um pouco mais de tempo às línguas portuguesa e inglesa. Chego no fim da noite e vou direto para a cama, sonhar que tenho uma vida social. No fundo, agradeço por existir Facebook.

Ligados: Fale um pouco sobre os seus novos projetos.

JP Hergesel: Devia ser segredo, mas estou com dois livros infantis prontos. Só não corro atrás de publicação ainda, porque pretendo insistir nos concursos literários. Se até o fim do ano nada der certo, as editoras que aguardem meus originais em 2013. Também estou com intenção de transformar minha monografia sobre estilística cibernética em um livro didático ou acadêmico (ideia do meu orientador), então suponho que levarei até o fim do ano para concluí-la. Quanto à produção literária no momento, só posso dizer que estou em fase de hiato, uma pausa na carreira, para dedicar-me exclusivamente ao contexto acadêmico. Mas pretendo iniciar, logo que as coisas se acalmarem, algum romance juvenil ou até mesmo um livro de crônicas. Fora isso, semestre que vem, estarei em alguma peça de teatro experimental — como já é meu costume em todo semestre (risos).

Ligados: Você possui dois Blogs literários de maior reconhecimento, o Joaninha Platinada e o Com a Palavra JP. Qual o objetivo dos mesmos e para quais tipos de leitores eles são direcionados?

JP Hergesel: O Joaninha é um blog dedicado aos amantes da literatura infantojuvenil e informações relacionadas; o Com a Palavra JP, por outro lado, é o blog onde posto meus textos, especialmente os que são publicados nos jornais. Ambos os blogs são abertos a todo tipo de público e são livres para receber quaisquer tipos de comentários.

Ligados: Por já possuir experiência, qual a dica que você deixa para os novos autores?

JP Hergesel: Esses dias, escrevi um ensaio sobre novos autores. Nele, ressaltei a existência de inúmeros autores jovens e mencionei a importância da internet para o desenvolvimento cognitivo do escritor. O espaço cibernético permite diversas leituras de diversos mundos em questão de cliques. A dica, então, é esta: continuem navegando, continuem lendo e, consequentemente, aprendendo. Criem blogs, páginas virtuais, divulguem seus escritos, peçam dicas e, principalmente, participem de oficinas literárias. Há várias oficinas de escrita criativa on-line que permitem que o escritor tenha acesso a comentários (sinceros) de profissionais da área de Letras. Eu mesmo não imagino como seria, se não tivesse participado incansavelmente dessas oficinas e, simultaneamente, de concursos literários.

Perguntas rápidas:
Autor(a): Adriana Lisboa;
Ator(Atriz): Felicity Huffman;
Site: Facebook;
Banda: La Oreja de Van Gogh;
Música: Aquarela (Toquinho);
Filme: Letra e Música.

Links na internet:

Links dos seus produtos nas lojas online:
Cultura: Aqui;
Patuá: Aqui.

Ligados: Deseja encerrar com mais algum comentário?

JP Hergesel: Quero agradecer à Equipe Ligados, em especial ao Thiago Jefferson, que me convidou para esta entrevista tão interessante. E, é claro, não posso deixar de agradecer a você, leitor, por ter acompanhado este bate-papo até o fim e conhecido um pouco mais sobre minha vida. Faço, inclusive, o convite para que todos vocês continuem acompanhando meu trabalho, já que a vida de todo escritor é, coincidentemente, um livro aberto.


Autor: Thiago Jefferson - Criação: 13/07/2012 - Objetivo: www.ligadosfm.com

Entrevista com o escritor MD Amado no Ligados FM

LINK ORIGINAL: AQUI.

M. D. Amado nasceu em Belo Horizonte no ano de 1969. É Analista de Sistemas e Editor. Iniciou-se na Literatura em 2004 e fundou a Editora Estronho anos mais tarde, com o objetivo de incentivar novos escritores a publicar obras sem modismos e com um rico diferencial literário. 

É autor do livro de contos “Aos Olhos da Morte”, e participou de várias antologias nacionais de Literatura Fantástica. É também responsável pelo site Estronho e Esquésito, fundado há dezesseis anos com o objetivo de publicar causos e outras curiosidades estranhas, além de disponibilizar espaço para divulgação de textos e livros de autores nacionais.

O autor e editor MD Amado

Ligados: Quando surgiu o seu fascínio pela escrita? 

MD Amado: Bem tardio, eu diria. Por volta de 2004. Embora eu já mantivesse o site Estronho e Esquésito, que divulga desde 1996 contos e textos de novos autores, eu mesmo só me arrisquei depois do incentivo de alguns autores nacionais que publicavam no site. 

Ligados: O seu foco principal sempre foi Literatura Fantástica. Quando e como você conheceu esse gênero? 

MD Amado: Conheci, ou melhor, tive ciência de que aquilo que eu gostava de ler era conhecido como Literatura Fantástica, com a criação do Estronho e o início da publicação de contos por lá. Mas posso dizer que comecei a conhecer melhor o gênero também em 2004. O interesse maior foi despertado por autores como Richard Diegues, Giulia Moon e outros nacionais, além de autores estrangeiros como Stephen King, Ray Bradbury, Allan Poe e Lovecraft. 

Ligados: Quantos e quais livros solos você já lançou? 

MD Amado: Somente um. “Aos olhos da morte”, que saiu pela Editora Literata, com o selo Estronho (ainda não existia a Editora Estronho). É um livro de contos que retratam a morte humanizada. Talvez seja relançado pela Estronho em uma versão de bolso, mas é projeto para 2013. E nos próximos meses vou publicar um livro infantil pelo Selo Fantas, além de estar escrevendo um juvenil. 

Ligados: Quais autores influenciam a produção literária de Amado? 

MD Amado: Não sei se posso dizer que tenho influências diretas. O autor que eu mais gosto de ler é Ken Follett, que é mais ligado à ficção histórica. Gosto de vários autores e tento aprender com cada um deles, mas ainda há muito que trilhar por esse caminho.

Ligados: Como tem sido o reconhecimento do público a respeito de suas obras? 

MD Amado: Quando saiu o “Aos Olhos da Morte”, eu tive um retorno muito positivo dos leitores. Atualmente ando sem tempo para escrever, devido aos trabalhos com a editora e outra empresa da qual faço parte. É mais fácil alguém me conhecer hoje como editor, do que como autor. Mas vez por outra, em alguns eventos, sou cobrado por alguns leitores que conhecem meus contos de outras antologias e da internet. 

Ligados: Em 1996 você criou o site Estronho e Esquésito, onde exibia causos, lendas e outras curiosidades sobre assombração. Em que momento e por qual motivo você resolveu intercalar a sua proposta inicial com a Literatura, criando a Editora Estronho? 

MD Amado: Final de 2010. Eu havia tido uma decepção muito grande com uma editora do Rio, que trata os autores como simples objeto comercial e não ligam a mínima para o seu projeto, como aliás, muitas outras editoras que estão por aí, o fazem. Procurei o Edu da Editora Literata e fechamos uma parceria que deu inicio ao Selo Estronho, junto com a Literata. Por ele saíram os livros “Aos Olhos da Morte” (já citado aqui, de minha autoria), “Na Próxima Lua Cheia” (de André Bozzetto Jr.), “À Sombra do Corvo” (uma antologia de poesias sombrias) e a série “Extraneus”, que contou com 3 volumes (“Medieval Sci-Fi”, “Quase Inocentes” e “Em Nome de Deus”). A partir daí, tomei gosto do trabalho de edição e resolvi colocar no papel um velho projeto, que era levar os novos autores que até então publicavam no site, para os livros. Eu e Celly Borges (do blog Mundo de Fantas) já trocávamos ideias sobre esse nosso meio literário e suas falhas e acertos. Quando resolvi montar a editora, eu a chamei para entrar comigo nessa “furada”, pois ela conhece muito de literatura, principalmente juvenil e infantil, que também era um dos focos iniciais da Editora. Com isso, criamos o Selo Fantas que cuida dessa parte. 

Ligados: O que lhe dar mais prazer: Editar ou Escrever? 

MD Amado: Acho que meio a meio. É muito bom receber críticas e elogios sobre aquilo que você escreve, mas também é muito bacana ver os autores satisfeitos. Realizar pequenos sonhos literários é muito gratificante. E o mais empolgante é saber que fazemos isso com muito trabalho, pouca grana, sem exploração de autores e ainda assim, dando certo. 

Ligados: Qual o diferencial da Editora Estronho em meio a um mercado editorial tão gigantesco e competitivo? 

MD Amado: Talvez justamente a não preocupação com esses fatos. Queremos publicar algo e publicamos. Algumas obras talvez não tenham um grande apelo comercial, o que acaba fazendo com elas sejam ignoradas por editoras tradicionais. Não acho isso errado. Afinal, editora é um negócio como outro qualquer e tem que ser lucrativo. Porém, a Estronho não é parte de um projeto que nasceu com esse objetivo. Não temos a editora como fonte de renda principal. Óbvio que queremos que ela cresça e se torne lucrativa, afinal, é muito trabalho e precisa ser recompensado. Mas isso vem com o tempo. Gostamos de fazer coisas diferentes ou dar um toque diferente a coisas já conhecidas. Nossas antologias costumam misturar temas opostos ou instigar os autores a enfrentar desafios de criarem em cima de roteiros e cenários pré-estabelecidos. Já me perguntaram em algumas palestras, por que a Estronho não tem antologias que não sejam temáticas. É justamente para forçar o autor a se exercitar. É muito mais fácil você escrever algo livremente. Nada contra, claro, mas para enfrentar o mercado o autor tem que estar preparado para tudo. E essas antologias roteirizadas ajudam a criar a diversidade da escrita em cada um, fugindo do comum. Há poucos dias, recebi um e-mail de um autor dizendo que gostaria muito de participar de nossas antologias, mas que ele não consegue enxergar como pode ser criativo sendo ‘travado’ por regras e um roteiro definido. Bom, é exatamente ai que está o desafio.

Ligados: A editora possui selos voltados para outros gêneros literários? 

MD Amado: Somente o Selo Fantas, voltado para infantil, juvenil. Publicamos outros gêneros, inclusive não-ficção, mas eles saem com a assinatura Estronho mesmo. Em julho lançaremos “Cantando um Blues”, um documentário sobre o gênero musical e sua influência sobre a música brasileira. Além dele vem por aí um catálogo de filmes B, um estudo sobre fãs de anime, o livro da Ana Cristina Rodrigues, que dá dicas importantíssimas aos novos autores e outros títulos que anunciaremos em breve. 

Ligados: Entre as antologias que organiza, você já descobriu escritores brilhantes, acreditando no crescimento profissional dos mesmos? 

MD Amado: Com certeza. Alguns deles já estão publicando livros solo conosco e também por outras editoras, o que é muito legal de se ver. Com medo de esquecer alguém, devido a correria que estou aqui, posso citar a portuguesa Valentina Silva Ferreira, Nikelen Witter, GhadArddhu, Natália Couto Azevedo, Chico Pascoal, A.Z. Cordenonsi, Alliah, Raphael Montes, Sheilla Liz, Paulo Fodra... ihh, a lista é maior, pode ter certeza. Sem falar em outros autores já conhecidos que também participam de nossas antologias. 

Ligados: Divulgar livros ainda é uma tarefa bastante complicada, embora a internet tenha ajudado bastante. De que forma você atua para que os leitores tomem conhecimento das obras e autores de sua editora? 

MD Amado: Nosso principal foco ainda é a venda online, com promoções e descontos maiores (em vez de pagar os 50% das livrarias, convertemos isso em frete grátis e descontos para o público) e os eventos literários. O contato direto com o público nesses eventos tem nos trazido não só um retorno maior por parte dos leitores, como também novos contatos com autores desconhecidos e que têm obras interessantes a serem publicadas. Aos poucos também estamos aumentando os pontos de venda físicos, visando principalmente livrarias pequenas e médias, que trabalham melhor esse contato com o leitor. As grandes livrarias também são importantes para nosso crescimento, porém elas não possuem esse trabalho de apresentar aos leitores, os novos autores e trabalhos de editoras pequenas. Existe uma grande procura dos nossos livros na Cultura, por exemplo, mas é mais por conta de leitores que vão até a loja em busca nossos títulos, do que propriamente um trabalho de venda direta.

Ligados: A popularização dos famosos E-books tem aumentado nos últimos anos, embora ainda de forma lenta. A Editora Estronho visa um mercado promissor nos livros digitais? 

MD Amado: Eu ainda estou no time dos editores que têm muitas dúvidas a respeito do mercado digital. Vamos lançar nossas obras em breve nessa mídia, mas provavelmente utilizando-a mais como divulgação, do que fonte de renda. A ideia é colocar preços baixos e alguns serão publicados sem proteção alguma, e/ou distribuídos gratuitamente. 

Ligados: Uma pergunta que não cala: É possível, hoje, se viver tão somente de Literatura no Brasil, ou isso ainda faz parte de um sonho utópico na vida de um escritor? 

MD Amado: Possível é. Temos aí alguns exemplos que o público conhece bem. Mas é muito, muito difícil. O autor que entra hoje nesse meio esperando que seu livro arrebente de vender assim, num estalar de dedos, vai ter uma enorme decepção. A realidade nos bastidores é bem diferente. É preciso batalhar muito junto com a editora, saber ouvir críticas (isso inclui saber dividir a crítica que merece ser ouvida e a que não representa nada, aquela que serve apenas de palco para seres frustrados) e não desistir mesmo depois de levar uma dúzia de nãos. 

Ligados: Está envolvido em outros projetos individuais no campo literário, ou tem usado o seu tempo focado na função de editor? 

MD Amado: A editora consome quase todo meu tempo que é destinado à literatura. Já tive que recusar alguns convites de editores parceiros para escrever em antologias e acabei perdendo o prazo de outras duas que ia tentar seleção. Ainda escrevo em uma ou outra antologia nossa, mas mesmo assim, já deixei de participar de algumas que eu estava muito afim, por não ter tempo de melhorar meu texto. Preferi não publicar para não prejudicar a qualidade da coletânea. Foi o caso da série VII Demônios. Queria muito ter conseguido escrever, mas não deu. 

Ligados: Por possuir uma vasta experiência, qual a dica que você deixa para os novos escritores? 

MD Amado: Vasta experiência não seria o mais correto a dizer. Como disse antes, entrei nessa em 2004 e venho tentando aprender com editoras parceiras e outros autores. E muitas vezes a gente aprende mais com as coisas erradas primeiro... sobre o que NÃO fazer. E me baseando nisso, posso dizer para quem quer começar ou está começando, que em primeiro lugar não deixe a ansiedade tomar conta do seu objetivo principal. Você deve ser perguntar: quero ser um autor de verdade, ou ser apenas o escritor famoso entre meus amigos e minha família? 
Tendo essa resposta, você vai procurar aquilo que é melhor para sua realização. Se não se importa tanto com a qualidade real de seus textos e acredita piamente na sua tia, mãe, namorado ou o ‘amigo’ escritor que elogiou seu texto falando que não entende porque ainda não foi publicado, então pode procurar uma editora qualquer, que publique toneladas de escritores em um livro só, que cobre horrores para que você seja publicado, ou que te obrigue a comprar trocentos exemplares. Faça a festa com a família e passe a criticar todas as editoras que disseram não ao seu conto ou original. 
Mas se você quer ser um autor de verdade, seja paciente. Saiba ouvir um não. Procure saber por que, mande seu texto para várias pessoas em que você possa confiar na sinceridade das opiniões, antes de mandar para a editora. Escreva e deixe o texto descansar por um tempo. Depois leia novamente e novamente e novamente. Seu texto pode sim, ser muito bom, mas não parta do princípio de que você é FODA e que vai revolucionar o meio literário. Pesquise muito para não cometer erros grotescos, como dizer que sua obra é superoriginal, e depois ser ridicularizado em blogs e redes sociais, porque era tão comum quanto outro qualquer. E se for optar mesmo por pagar para publicar, procure informações sobre a editora. Não acredite em promessas milagrosas. Converse com autores que tenham publicado na mesma casa, procure livros publicados e ateste a qualidade. 
Se quer ser profissional, aja como um.

Perguntas rápidas: 
Autor(a): Ken Follett;
Ator(Atriz): Wagner Moura;
Site: Estronho, claro rs. (www.estronho.com.br);
Banda: Ah, sou muito eclético... mas vá lá, Creedence Clearwater Revival;
Música: HaveYouEverSeen The Rain (Creedence);
Filme: Três Homens em Conflito (também conhecido como “O bom, o mau e o feio”).

Links na internet: 


Links dos seus produtos nas lojas online: 
Livraria Cultura: Aqui
Livraria Estronho: Aqui.

Ligados: Deseja encerrar com mais algum comentário? 

MD Amado: Apenas agradeço a oportunidade de divulgar a editora e nossos projetos e fiquem de olho em nosso site (www.editora.estronho.com.br) para acompanhar nossos eventos, lançamentos e promoções. 

Um grande abraço a todos. 


Autor: Thiago Jefferson - Criação: 29/06/2012 - Objetivo: www.ligadosfm.com

Resenha de "Suspeitas de um mistério" no Diário de uma Quase-Escritora

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Sabe a autopublicação e o incentivo aos autores nacionais? Sem eles, este livro jamais teria saído da gaveta. Escrito por um jovem para jovens, este suspense adolescente tem uma excelente proposta... E se perde no caminho.
Os irmãos adolescentes Pedro e Saulo (só no final ficamos sabendo que eles têm 13 anos) adoram fingir que são espiões. Essa brincadeira tem a chance de se tornar realidade quando eles vão para a fazenda Santos Galdino, propriedade da tia deles, Daura. Ela é casada com Fernando, um homem que está estranho ultimamente, talvez por a fazenda não estar mais dando lucro. É o comportamento suspeito de Fernando que desperta a curiosidade dos meninos, e eles acabam se envolvendo em uma perigosa trama.


Ótimo. O mistério em si é muito criativo e nos causa grande surpresa. Mas a trilha até ele é penosa: assim como em um filme da Shirley Temple, tudo acontece para beneficiar os protagonistas, que estão sempre no lugar certo, na hora certa, seja este lugar o bananal ou Boston. E, assim como um filme da Shirley Temple, a história só existe para entreter, mas, ao contrário do filme, está recheada de erros crassos.
Erros de gramática em especial. Mesmo que a editora ofereça uma revisão (o que claramente não foi o caso aqui), autor nenhum pode sair por aí escrevendo “sínico”, “em baixo” e confundindo os vários “porquês”. Outro problema da falta de revisão é a péssima diagramação, com travessões fora de lugar.
Alguns resenhistas reclamaram da viagem à Boston que há no meio do livro. Meu grande problema com este episódio é a questão do tempo: como dois pacientes brasileiros chegam a uma cidade americana e conseguem uma consulta na hora? E como o tratamento é descrito sendo feito em um dia, e no dia seguinte se diz que os personagens ficaram uma semana na cidade?
Não posso negar que a “embalagem” é bonita. A capa é bem-feita e desperta a curiosidade do leitor. O título, entretanto, não é muito convidativo (tenho uma história de amor e ódio com títulos), pois parece formado de palavras jogadas ao léu, escolhidas por lembrarem o tema do suspense.

Volto a dizer que a ideia é boa. A editora Multifoco não fez seu trabalho de entregar um produto sem erros. O autor, por sua vez, apesar de demonstrar familiaridade com o tema campestre e ideias criativas, tem um ponto para trabalhar: amadurecer melhor suas próximas histórias.


Autora da resenha: Letícia Magalhães. 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Entrevista com o escritor David Leite no Ligados FM

LINK ORIGINAL: AQUI.

David de Medeiros leite nasceu em Mossoró-RN, no ano de 1966. Residente atualmente em Natal-RN, é Advogado e Professor. Autor dos livros “Companheiro Góis – Dez Anos de Saudades”; “Os Carmelitas em Mossoró”; “Ombudsman Mossoroense”; “Duarte Filho: Exemplo de Dignidade na Vida e na Política”; “Incerto Caminhar” e “Cartas de Salamanca”, é Sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e do Instituto Cultural do Oeste Potiguar, além de pertencer à Academia Maçônica de Letras do Rio Grande do Norte e à Academia Mossoroense de Letras.

O autor David Leite

Ligados: Quando aconteceu o pontapé inicial de David Leite para a literatura? 

David Leite: Sempre ressalto que meu gosto pela literatura possui uma ligação muito estreita com o incentivo à leitura que me foi proporcionado lá no Instituto Alvorada, no ensino elementar, como também, nos colégios Eliseu Viana e Abel Coelho, onde tive bons professores. De leitor interessado aos primeiros passos no caminho da escrita, foi um percurso meio natural... 

Ligados: Em que estilo literário você se baseia para criar os seus textos? 

David Leite: Não procuro fixar-me em um estilo específico. Agora, o gênero “crônica” foi, até agora, o que mais me cativou... Já me aventurei pela poesia, é verdade. Mas, creio, que navego com mais propriedade pela crônica. 

Ligados: Quais os títulos que você já lançou? Poderia nos dar detalhes sobre as suas principais obras? 

David Leite: 1. “Companheiro Góis – Dez Anos de Saudades”, Coleção Mossoroense, 2001. 
Trata-se de uma homenagem a um velho militante comunista, nascido em Caraúbas, mas que teve intensa militância em Mossoró. 

2. “Os Carmelitas em Mossoró”, Coleção Mossoroense, 2002 (em co-autoria com Gildson Souza Bezerra e José Lima Dias Junior). 
Trata-se de uma pesquisa em torno de um tema até agora pouco explorado na historiografia mossoroense, que é a catequização indígena pelos frades Carmelitas, em nossa região. 

3. “Ombudsman Mossoroense”, Sebo Vermelho, 2003; 
Reunião de crônicas sobre fatos e personagens mossoroenses. 

4. “Duarte Filho: Exemplo de Dignidade na Vida e na Política”, Sarau das Letras, 2005 (em co-autoria com Lupércio Luiz de Azevedo); 
Por ocasião das comemorações do centenário de nascimento do senador Duarte Filho, Lupércio Luis e eu consideramos que deveríamos resgatar um pouco da história do saudoso político mossoroense, então organizamos esse trabalho biográfico. 

5. “Incerto Caminhar”, Sarau das Letras, 2009; 
Foi minha “estréia” no gênero poesia... E posso dizer que estreei com o “pé direito”, considerando que, com o referido livro, ganhei um concurso literário. 

6. “Cartas de Salamanca”, Sarau das Letras, 2011. 
Reunião de crônicas que fiz durante o período que estive em Salamanca, Espanha...

Ligados: O seu livro Incerto Caminhar, publicado em 2009, foi premiado no II Concurso de Poesias em Língua Portuguesa, promovido pela Universidade de Salamanca e pela Escola Oficial de Idiomas de Salamanca. Qual foi a sensação de ter sido premiado em terras espanholas?

David Leite: Foi muito bom ganhar esse prêmio... De forma reservada, vinha cometendo alguns versos, mas, confesso, em termos de publicação ainda estava meio reticente. Porém, com o prêmio fiquei bastante estimulado. E, claro, estando em outro país, a alegria pelo reconhecimento ainda é maior. 

Ligados: Você é membro de diversas academias e institutos literários, entre eles à Academia Mossoroense de Letras (AMOL). Acredita que isso é uma espécie de reconhecimento, fruto de muita persistência e trabalho árduo dedicado à Literatura? 

David Leite: Além do reconhecimento, esse tipo de confraria reflete o que o professor Aécio Cândido, atual presidente do Instituto Cultural do Oeste Potiguar, ICOP, comentou recentemente: “A criação também precisa de diálogo para brotar”. 

Ligados: Há alguns anos você fundou, em sociedade com o também escritor Clauder Arcanjo, a editora Sarau das Letras. Qual o objetivo e o foco de atuação da mesma dentro do RN? 

David Leite: Em síntese, desejamos proporcionar mais um meio de incentivo à publicação, pois, em nossa realidade, a editoração e publicação de obras literárias ainda carecem de instrumentos de fomento e incentivo. Se não dispomos de verbas públicas, pelo menos oferecemos uma orientação editorial, que é muito importante para quem está chegando ao mundo das letras, no sentido de publicação. 

Ligados: Já recebeu críticas e elogios a respeito do seu trabalho? 

David Leite: Sim. E em ambos os casos temos que ter humildade para entendermos a mensagem... 

Ligados: Possui algum projeto em pauta? 

David Leite: Desejo viabilizar uma segunda edição do Incerto Caminhar; considerando certa procura que existe, quando não temos mais exemplares disponíveis. 

Ligados: Qual a dica que você daria aos novos escritores? 

David Leite: Apenas que leiam bastante... Leiam tudo, sem preconceitos... Essa leitura será o insumo básico. 

Perguntas rápidas:
Autor(a): Machado de Assis; 
Música: Carolina, de Chico Buarque; 
Filme: Sociedade dos poetas mortos, de Peter Weir. 

Links na internet:

Ligados: Deseja encerrar com mais algum comentário? 

David Leite: Agradeço a oportunidade e desejo que vocês entrevistem outros tantos escritores mossoroenses, para que possamos divulgar trabalhos literários e, com isso, despertarmos maior interesse do público potiguar.


Autor: Thiago Jefferson - Criação: 15/06/2012 - Objetivo: www.ligadosfm.com