segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Entrevista com o escritor Ademir Pascale no Ligados FM

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Felipo Bellini invadindo o espaço da Entrevista Literária nesta sexta ensolarada, ou chuvosa/escura/de qualquer outro dia da semana dependendo de onde você estiver, da para acreditar? Thiago Jefferson me concedeu um espaço na quinzena dele para que publicássemos aqui no ligados uma entrevista que vai encher os olhos de leitores e novos autores. Digo isso pois o convidado da semana é Ademir Pascale, escritor e ativista social que trabalha exclusivamente com o gênero fantástico em cenários modernos. Vale a pena ler, não apenas para conhecer mais um super escritor brasileiro, como temos destacado aqui no blog, mas também para ter contato com seus projeto de publicação literária, como antologias que organiza e a revista online TerrorZine.

Foto do Autor Ademir Pascale

Felipo Bellini - Quando houve o seu despertar como escritor? O que te induziu a querer publicar seus textos?

Ademir Pascale - Incentivado pelos meus pais, desde muito jovem já curtia hqs e obras do gênero fantástico, mas só adentrei no mundo da literatura como escritor em 2007, quando publiquei o meu primeiro conto, depois não parei mais. Publiquei contos em todos os formatos. Escrevi dois romances, organizei doze antologias, fiz um áudiolivro técnico sobre crítica de cinema e criei o zine TerrorZine, juntamente da Elenir Alves.

Felipo Bellini - Você escreve ficção no universo fantástico. Reúne em seus textos centenas de figuras dos contos de terror e lendas universais que penetram a cultura popular. Por que você decidiu se dedicar a literatura fantástica?

Ademir Pascale - O principal motivo foi o meu pai. Ele contava histórias incríveis sobre lobisomens, caboclos d'água, sereias, etc. Aliás, é muito difícil ouvir uma história sobre caboclo d'água, não é? Meu pai faleceu quando eu tinha apenas 13 anos, mas dos 4 aos 13 ouvi muitas histórias contadas por ele. Minha mãe apresentou-me ao mundo das hqs. Meu avô materno era um grande colecionador das revistinhas da Disney, além de um bom leitor de livros. Tenho um livro italiano raro do Pinocchio que era dele, datado de 1937. 

Felipo Bellini - Dentre as bruxas, lobisomens, magos, vampiros e outras criaturas místicas que envolvem seu universo narrativo, existe uma figura que lhe agrade mais? Por quê?

Ademir Pascale - Bom, nos meus dois romances eu abordo histórias com demônios. O terceiro romance está indo praticamente na mesma sequência. Os demônios são as criaturas fantásticas mais antigas da história da humanidade. Mas depois deles, curto muito escrever também sobre bruxas(os).

Felipo Bellini - Quais são suas fontes? Onde o escritor Ademir Pascale encontra o néctar para sua literatura?

Ademir Pascale - Minha fonte está nas ruas e nas pessoas que estão ao meu redor. Não gosto de criar universos em minhas histórias. Tudo é baseado em ruas reais. Minhas personagens são cheias de problemas, como falta de dinheiro, problemas amorosos, problemas com o chefe, problemas de saúde, dúvidas e questionamentos, etc.

Felipo Bellini - Existe algum ritual no seu processo de criação que deseje expor aos nosso leitores e possíveis autores?

Ademir Pascale - Não, os rituais deixo apenas para as personagens das minhas histórias...(rs). Como trabalho quase o dia inteiro e faço mil coisas em casa, é difícil manter um padrão de horário, mesmo sabendo que isso seria o certo, mas não consigo e nem conseguiria fazendo tanta coisa. As vezes escrevo nas madrugadas, outras no horário do almoço ou quando dá tempo mesmo. No geral, não sei como consigo tempo para fazer tanta coisa. Parando para pensar parece impossível...(rsrs).

Felipo Bellini - Você poderia nos contar um pouco sobre seus principais romances? 

Ademir Pascale - Sim. O Desejo de Lilith foi o meu primeiro romance. Escrevi tudo o que queria escrever. Alguns “críticos” não gostaram, outros adoraram. Acho que isso depende muito de pessoa para pessoa. Quem não gosta do gênero do qual escrevi certamente não curtirá, mas o principal foi que eu curti escrever. Escrevo abaixo a sinopse deste livro:
Um descuido dos tradutores da Bíblia revelou o pior dentre todos os demônios. Um velho e decadente detetive de polícia investiga um macabro suicídio, mas o que ele não sabia era que sua vida estava por um fio e seria envolvido em uma conspiração contra toda a humanidade. Uma palavra-chave, transliteração de uma palavra hebraica repetida em 63 trechos da Bíblia, dará início à mais sombria das investigações. Uma organização secreta milenar abriga incríveis segredos e bizarras e inimagináveis personagens. Afinal, o que teria em comum Platão, Vlad Tepes, Erzsébet Báthory, John Milton, Thomas Chatterton, Mary Shelley, Percy B. Shelley, Robert L. Stevenson, Aleister Crowley e Jim Morrison? Descubra em O Desejo de Lilith, um romance sobrenatural vivenciado nas principais avenidas e ruas de São Paulo, repleto de segredos, revelações, aventuras e muito rock n’ roll. Mas atenção, seja forte e esteja preparado ao ler estas páginas, pois você não confiará mais em seu vizinho ou qualquer outro transeunte que cruzar o seu caminho. Você nunca mais enxergará o mundo como antes…
Afinal, qual seria o desejo de Lilith?

“Encruzilhada” foi o meu segundo romance, mas segue o mesmo gênero do “O Desejo de Lilith”. Curti muito escrever este livro e estou recebendo muitas críticas positivas sobre este meu trabalho. Envio abaixo a sinopse:
Um padre ganancioso, frio e calculista, através de um ritual macabro, liberta um dos cinco príncipes do inferno. Um jovem de dezenove anos passa por problemas amorosos, financeiros e familiares. Um pugilista, cansado de ser humilhado desde a infância, tenta alcançar a fama a qualquer preço. Três pessoas distintas, mas que possuem uma forte ligação. Conheça o livro Encruzilhada, e esteja preparado para adentrar no mais íntimo do Sobrenatural.

Felipo Bellini - Qual o reconhecimento do público em geral, sobre seus livros e contos?

Ademir Pascale - O público vem curtindo minhas histórias e isso é muito gratificante, estimulando a escrever ainda mais :)

Felipo Bellini - Você já recebeu críticas?

Ademir Pascale - Sim, muitas, algumas positivas, outras negativas, edificantes, idiotas, etc. Nem sempre uma crítica é construtiva, existem muitas que são completamente destrutivas e invejosas. Isso é nítido e qualquer pessoa consegue perceber o que é uma verdadeira e imparcial crítica. 

Felipo Bellini - Ainda na literatura, você também é organizador de antologias para jovens autores. Quais trabalhos já desenvolveu nessa área? Algum projeto em vista nesta área para um futuro próximo?

Ademir Pascale - Já organizei várias coletâneas, como Invasão, Draculea 1, Draculea 2, Metamorfose 1, Metamorfose 2, Sobrenatural – Contos Fantásticos, Poe 200 Anos, Passado Imperfeito, Estranhas Invenções, Zumbis – Quem disse que eles estão mortos?, No mundo dos cavaleiros e dragões e diversas edições do TerrorZine. Agora estou desenvolvendo um trabalho muito grande que vai beneficiar milhares de pessoas no estado de São Paulo. Fiz parceria com alguns autores e duas editoras e vamos fazer essas implantação em diversos locais. Queremos beneficiar principalmente deficientes visuais com áudiolivros e pessoas de baixa-renda com o acesso gratuito aos e-books. Mas só poderei falar mais quando tudo estiver 100% certo :)

Felipo Bellini - Além de autor, Ademir Pascale tem uma relação direta com o portal Cranik, que contém um grande acervo de cultura, reunindo material de autores e resenhas de filmes. Você poderia falar um pouco de como o seu portal começou e qual o objetivo deste?

Ademir Pascale - O Cranik nasceu em 2003. “Cranik” é uma palavra que não existe na língua portuguesa e foi a minha criação. Na época, eu não conhecia muita coisa de html, php, asp, scripts, hospedagem, registros, etc. Estudei noite e dia para aprender e acabei me tornando webmaster. O Cranik, felizmente é acessado por milhares de pessoas diariamente, geralmente de 10 a 15 mil visitas diárias. Não tenho muito tempo para atualizar o seu conteúdo, mas existem tantas páginas nele, tantas resenhas de filmes e notícias, que ele nunca fica desatualizado. As vezes eu não acredito na quantidade de páginas que passaram pelas minhas mãos. Só de entrevistas, a única seção que ainda atualizo quinzenalmente, já são quase 200 páginas. De resenhas de filmes deve ser quase 2 mil. O objetivo é e sempre foi o de levar informação ao internauta, principalmente notícias do mundo da literatura e sétima arte.

Felipo Bellini - Além do Cranik, você exerce alguma outra atividade na internet?

Ademir Pascale - Sim, tenho o site Divulga Livros (www.divulgalivros.org) que tem como objetivo divulgar autores e obras. Mantenho também o blog O Desejo de Lilith, do qual posto minhas notícias referente a novas publicações. E ultimamente estou sendo bastante procurado para divulgar autores. Uso a minha experiência para isso e no site Divulga Livros os interessados poderão saber mais:http://www.divulgalivros.org/shopping_dl.htm

Felipo Bellini - Existe algum projeto em andamento?

Ademir Pascale - Vários. Só neste mês de abril serão lançados dois livros que organizei, intitulados “Passado Imperfeito” (Editora Argonautas) e “Estranhas Invenções” (Editora Ornitorrinco), além de minha participação especial no livro “2013 – Ano Um” (Editora Ornitorrinco e Literata), organizado pela Alícia Azevedo e Daniel Borba. Trabalho na implantação deste projeto literário que mencionei na questão acima e numa nova edição do zine TerrorZine.

Felipo Bellini - Qual a dica que você deixa para quem está começando?

Ademir Pascale - Para que leiam e escrevam bastante. É muito importante na carreira de um escritor saber levantar em cada tropeço.

Felipo Bellini - Deseja encerrar com mais algum comentário?

Ademir Pascale - Gostaria de agradecer o espaço ao Ligados FM e a você, Felipo, pela gentileza da entrevista.

Perguntas rápidas:
Autor(a): Edgar Allan Poe
Ator(Atriz): Bruce Willis
Site: São tantos que é difícil dizer apenas um, mas lá vai: www.devir.com.br (gosto de ver as novidades desta editora :)
Banda: Metallica
Música: I Disappear
Filme: O Nome da Rosa - Jean-Jacques Annaud
Links na internet:
Facebook: é só procurar por Ademir Pascale

Compre os Livros de Ademir Pascale:
Martins Fontes: http://migre.me/8HzSh
Diretamente com o autor. É possível adquirir vários títulos autografados e com desconto diretamente com o autor Ademir Pascale. Basta acessar:


Autor: Felipo Bellini Objetivo: www.ligadosfm.com Criação: 16/04/2012

Entrevista com o escritor Gustavo Diógenes no Ligados FM

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Saudações, leitores, tudo bem com vocês? Gustavo Diógenes tem apenas dezoito anos e já desbrava a ficção cientifica em terras potiguares, com o seu livro de estréia Acáci – Mundo 17. A obra foi prefaciada por ninguém menos que o poeta Sanderson Negreiros, que o aclamou como “Pequeno Gênio”. Autor independente, reside em Natal-RN. 

Para mais detalhes a respeito de Acáci, sugiro que não deixem de ler a resenha feita pelo André Marinho em sua coluna “Resenha Crítica”, também pelo Ligados FM. 

O autor Gustavo Diógenes

Ligados: Como surgiu a ideia do livro Acáci – Mundo 17? 

Gustavo Diógenes: Em 2009 comecei a obter uma noção de quem eu era, como pessoa. A escrita foi a maneira que eu encontrei para refletir sobre o assunto e deixar uma marca concreta, reconhecível, do meu raciocínio. 
Escrever, para mim, se tornou algo semelhante a tirar uma foto numa sala escura. Durante a fração de segundo que durava o flash eu conseguia ver o que havia nela, e a foto me permitia recordá-la e examiná-la com cuidado, mais adiante. 
Acáci surgiu a partir de muitas "fotos", contos, e que lentamente juntei até criar algo que pudesse "se manter" sozinho como uma obra. Quando senti que estava completa, a declarei finalizada. 

Ligados: Há quando tempo você está engajado na Literatura? Poderia nos contar como tudo começou? 

Gustavo Diógenes: Como leitor, estou envolvido desde que me conheço como pessoa. Livros sempre foram muito presentes na minha vida, e sempre fui motivado a ler. 
Comecei com leituras simples e, ao longo dos anos, comecei a apreciar obras que incitavam discussões mais profundas. Existenciais, psicológicas, sociológicas e científicas. Também foram muito importantes as aulas de Literatura que tive, desde jovem. Nelas aprendi a enxergar as mensagens e detalhes nas histórias. 
Como escritor me engajei em torno de 2009, quando comecei a escrever com dedicação e disciplina. Antes disso já tinha escrito algumas histórias sem muita profundidade, como experimentos, desde 2007. As abandonei, sem remorsos, em favor de Acáci.

Ligados: Como jovem autor, certamente você teve que enfrentar inúmeros obstáculos e dificuldades. Como conseguiu publicar o livro? 

Gustavo Diógenes: Eu tive a felicidade de ter ao meu redor muitas pessoas me incentivando. Minha família, que nunca parou de me apoiar e criticar meus textos de maneira construtiva, meus professores, que sempre ajudaram com os conhecimentos que possuíam, amigos e amigas, que sempre estavam dispostos a opinar sobre meus rascunhos, e muitas pessoas que passaram a apostar em mim após lerem meus manuscritos. 
Chegar à publicação foi difícil e cansativo, e houve momentos em que pensei que não conseguiria fazer um livro de qualidade. Mas, com o apoio de tantas pessoas que confiaram em mim, eu pude me concentrar na qualidade do livro. Pude me dedicar ao máximo. Assim, a publicação foi possível. 

Ligados: Que tipo de obra te atrai como leitor? 

Gustavo Diógenes: Obras que contenham reflexões e uma psicologia sólida em suas personagens. Quando leio, meu objetivo é aprender algo com a obra e integrá-la à minha vida. Noutras palavras, aprender com os pensamentos de outra pessoa. 
Nem é muito importante, na escolha das minhas leituras, se concordo com as ideias colocadas, se os personagens me atraem ou se a história é ficção ou baseada em fatos reais. O que quero é me colocar no lugar de outra pessoa e ver pelos seus olhos, aprender com seus fracassos e sucessos. 
Se o livro possibilitar isso, provavelmente me agradará. Se você se permitir, é sempre possível aprender algo com alguém e crescer com isso. Portanto, não há muitas temáticas que não me atraem.

Ligados: Não é fácil ser um escritor no Brasil, e principalmente no Nordeste brasileiro. Você acha que a nossa região possui espaço para a Literatura? 

Gustavo Diógenes: É inquestionável que o público leitor no Nordeste, e no Brasil, não é muito grande se comparado com o de outros países, e já foi provado que expandi-lo não é uma tarefa pequena. Eu já fui a muitos lançamentos de livros, e pude presenciar de perto a tristeza que é ver poucas pessoas num momento importante como esse. 
Ou seja, eu presenciei a fraqueza do mercado de Natal. Mas, depois de Acáci, eu estou um pouco esperançoso. A resposta do público, tanto em vendas quanto na reação dos leitores que conheci, foi muito boa. Isso me faz pensar que, embora o espaço não seja muito grande, talvez ele seja possível de explorar de maneira minimamente satisfatória. 
Isso sem falar que a globalização permite, pela Internet e outros meios, que publicações tenham um marketing mais direcionado ao público que lhes interessa. Hoje é uma opção não publicar em formato físico, embora ainda incomum no Brasil. Essas alternativas talvez tragam benefícios para a Literatura brasileira, penso. 

Ligados: Comente um pouco sobre o Acáci – Mundo 17. 

Gustavo Diógenes: De maneira sucinta, Acáci - Mundo 17 é a história de um planeta e as pessoas que o habitaram. A narrativa se inicia com as origens do planeta e da vida, e segue até o seu "fim." 
Por ser um planeta diferente do nosso, não há humanos. Mas as espécies e pessoas presentes em Acáci, mesmo sendo tão distintas fisiologicamente e psicologicamente, não deixam de expressar conflitos e dúvidas semelhantes às nossas. 
Ou seja, por meio do diferente tentei retratar as semelhanças que nós humanos temos, muito embora não as enxerguemos normalmente.

Ligados: O seu livro tem várias histórias relativamente independentes que mantêm uma relação de unidade com o todo. Como foi o processo de escrita de Acáci? Você já escreveu cada um dos contos tendo em mente uni-los em um só universo? 

Gustavo Diógenes: A princípio eu escrevia os contos sem muita preocupação com a união. Apenas me importava com a qualidade e não impus grandes limitações nos recursos que usei. Quando eu tinha um número considerável de contos concluídos, e julguei que podia usá-los como uma fundação para algo maior, escolhi os melhores e assim "nasceu" Acáci. 
A partir desse momento comecei a dedicar um maior foco à história do planeta como um todo, e delineei alguns princípios que queria seguir. Por exemplo, decidi que não queria colocar um "vilão" em nenhuma das histórias. Embora houvesse antagonistas e protagonistas, nenhum poderia ser considerado de fato "bom" ou "malvado." 
Também tomei a decisão de não tentar fornecer respostas a certos questionamentos, especialmente os de cunho religioso ou espiritual. Trabalhei de forma que muitos eventos na história podem ser compreendidos tanto de uma maneira científica quanto espiritual, para que qualquer leitor, independente de seu posicionamento no assunto, se sentisse respeitado e pudesse tirar alguma coisa da leitura. 
Depois desses princípios, modifiquei alguns detalhes dos contos originais para se encaixarem um no outro de maneira mais fluída. Solidifiquei as espécies presentes em Acáci e comecei a trabalhar no desenvolvimento dos temas centrais. 
A partir do Terceiro Ato os acontecimentos começam a se interconectar, construindo lentamente o final da história, que deveria seguir um último princípio; deveria ser um fim completo por si só, sem a necessidade de, digamos, uma continuação direta. 
Conforme o final se aproxima na narrativa, fica cada vez mais fácil identificar quem são os protagonistas e antagonistas. Comecei a escrever pensando no universo, e não no local. Torna-se notável quem são os protagonistas e antagonistas da história. 

Ligados: O escritor Isaac Asimov, autor de inúmeras obras importantes de ficção científica, escreveu um livro que também é dividido em atos, assim como 'Acáci', chamado' Eu, Robô'. A sua obra sofreu alguma influência do autor russo?

Gustavo Diógenes: Fui influenciado por Asimov, mas não pela obra "Eu, Robô." Embora eu possua um exemplar, não o li ainda. 
A obra de Asimov que me marcou mais profundamente foi a Trilogia Fundação. Eu a li quando estava próximo de terminar Acáci. Soube dela depois de ler uma das coletâneas de contos organizada por Asimov, e como a proposta de contar a história de um "planeta", Fundação me lembrou da minha própria obra, e comecei a lê-la.
A Trilogia Fundação me fez refletir sobre como eu poderia contar a história de uma civilização. Mas, como a li muito próximo de terminar a escrita do livro, a influência foi leve e somente presente em uma parte não muito grande, próxima do fim.
Mas houve uma outra influência de Asimov, mais inicial, fácil de perceber, mas, na minha opinião, menos importante. Foi a maneira favorável como coloquei robôs e inteligências artificiais em Acáci, especialmente no primeiro conto. Mas não quero me aprofundar muito nesse assunto, já que pode tirar um pouco da surpresa e do prazer da descoberta em certos contos.

Ligados: Que outros autores te influenciam? 

Gustavo Diógenes: Até a conclusão de Acáci tive muitas influências de José Saramago, Italo Calvino, Machado de Assis, Sartre, Graciliano Ramos, Dostoievsky, Michael Frayn, Aldous Huxley e Oliver Sacks. Mas, desde a publicação, já acumulei outras, especialmente Sanderson Negreiros, James Joyce, Clarice Lispector e Toni Morrison. 

Ligados: Já pensa em outros trabalhos? 

Gustavo Diógenes: Eu tenho uma ideia para um próximo livro, mas vejo que esse projeto exigirá muito tempo e esforço meu. Como estou estudando para o Vestibular, tomei a decisão de iniciá-lo só após ser aprovado em Medicina. 
Ocasionalmente, em um momento de descanso, escrevo uma coisinha ou outra para não enferrujar, não relacionadas a esse projeto. Mas não tenho intenção de publicar esses trabalhos pequenos.

Ligados: Você falou que abandonou diversos textos em favor de Acáci, e que atualmente permanece escrevendo. Poderia nos falar um pouco sobre eles, de maneira geral?

Gustavo Diógenes: Meus textos anteriores eram, de maneira geral, comédias com um pouco de crítica social. Embora agradassem aos que os liam, não me satisfaziam como pessoa. Eu não os sentia como algo valioso para mim, que servisse para passar uma mensagem que eu conhecesse bem e julgasse importante. Não me via, como pessoa, naqueles textos.
Abandonei esse estilo quando comecei a estudar e compreender certos conceitos de filosofia e psicologia. Encontrei um estilo mais legítimo comigo mesmo.
Os meus textos recentes, após Acáci, não tem nada de realmente bom ou incrível. Preciso me dedicar muito a uma história para que seja boa, portanto não posso fazê-lo enquanto estudo para o Vestibular. O que escrevo atualmente são esquemas ou explorações rudimentares sobre ideias, conceitos, personagens ou técnicas que quero explorar no futuro. Nenhum deles cresceu a ponto de se tornar uma história de fato. Os escrevo, principalmente, para não perder a prática e guardar ideias para o futuro, sem me importar com qualidade. 

Ligados: Gostaria de deixar algumas dicas para quem está se iniciando na Literatura? 

Gustavo Diógenes: Seja sincero no que você escreve e fale sobre o que você julga importante. Não tenha medo de expor suas fraquezas pessoais ou de descobrir coisas que não gostaria de descobrir. Tenha um compromisso com a sua verdade pessoal. 
Mas lembre-se que também é importante ter humildade e reconhecer quando você não conhece bem o assunto. Nesse caso, a solução é pesquisar e estudar. Não se sinta intimidado pelo desconhecido. Se avaliarmos com cautela, a realidade é que não sabemos quase nada sobre o mundo ao nosso redor. O desconhecido é uma constante nas nossas vidas. 
E, talvez o mais importante, cada pessoa escreve e pensa de sua própria maneira. Talvez, para você, seguir esse meu conselho não dê certo. Depende de qual seu objetivo. Então, não se preocupe muito com conselhos de escritores. Apenas faça.

Links com o seu material:
Como adquirir sua obra: O livro pode ser adquirido na Livraria Siciliano, Nobel ou Potylivros (Natal-RN), ou pelo site da Livraria Cultura.

Ligados: Considerações finais. 

Gustavo Diógenes: No site do livro está disponível, gratuitamente, dois capítulos da história. Interessados que estejam em dúvida quanto à qualidade ou como ele é podem tirar suas dúvidas ao lê-los. E preciso agradecer ao Ligados FM pela chance de ser entrevistado.


Autor: Thiago Jefferson - Colaborador: André Marinho - Criação: 20/04/2012 - Objetivo: www.ligadosfm.com

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Entrevista com o escritor Leonardo Barros no Ligados FM

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Olá, leitores! Estão curtindo muito este feriado de Sexta-Feira Santa? O nosso convidado de hoje é o Médico Anestesiologista e Escritor Leonardo Barros, que já possui grande experiência literária; é autor dos livros “Amor de Yoni”, “Saúde, Beleza, Prosperidade e Riqueza”, “O Maníaco do Circo” e “Solteiro em Trinta Dias”. Nascido em Aracaju-SE, reside atualmente em Natal-RN.

O autor Leonardo Barros

Ligados: Quando se deu o início de sua carreira literária? 

Leonardo Barros: Fica difícil especificar o começo do processo... Mas o primeiro livro foi publicado em 2008. 

Ligados: Como escritor, em que estilo você se baseia? 

Leonardo Barros: Meu estilo é a fluência, a clareza de uma ficção que entretém, que prende a atenção ou que diverte o leitor. Esses são meus compromissos. Quanto ao gênero, eu costumo ser eclético. Tenho um romance erótico, um suspense policial e duas comédias. 

Ligados: Você costuma ser muito aberto em relação à temática que aborda. Qual gênero você acha mais difícil de escrever?

Leonardo Barros: Creio que não há "gênero difícil". A escolha do gênero ou temática a ser abordada deve ser natural. É uma questão meramente volitiva: se você quer escrever sobre o tema, escreva! Simples assim. Os gêneros que não gosto são o drama e a tragédia. 

Ligados: Quando você começou a se interessar pelo conteúdo abordado em seus livros? 

Leonardo Barros: Costumo dizer que “só me interessa escrever sobre o que me interessa”. O conteúdo muda de acordo com a vida de quem escreve. Talvez por isso eu tenha obtido tanta aceitação dos leitores: quem escreve com paixão, tende a escrever uma boa literatura. 

Ligados: Quais são os títulos já lançados? 

Leonardo Barros: São quatro títulos: “Amor de Yoni”; “Saúde, Beleza, Prosperidade e Riqueza – a história de três patetas que decidiram abrir um cabaré”; “O Maníaco do Circo”, e a mais recente comédia “Solteiro Em Trinta Dias – Receitas de sucesso de um ex-otário”. 
Há também “The Circus Freak”, a tradução para língua inglesa do livro “O Maníaco do Circo”, que está disponível no mercado americano sob a forma de livro digital e impresso. 

Ligados: Os EUA possui o maior mercado editorial do planeta, e o número de livros publicados cresce com uma frequência assustadora a cada ano. Você acha que isso pode afetar diretamente as vendas da sua obra "The Circus Freak", já que existe uma variedade enorme de livros disponíveis?

Leonardo Barros: Há alguns dias ouvi alguém dizer "não seja peixe grande em aquário pequeno". Para mim, essa metáfora ilustra perfeitamente o motivo pelo qual eu resolvi investir no mercado americano. A literatura é uma arte que demora a ser consumida, e, consequentemente, a ser divulgada. Quanto maior o número de "sementes" plantadas pelo autor, melhor. O fato de haver um grande número de publicações no mercado americano não é razão para se sentir desestimulado.

Ligados: Fale um pouco sobre as suas obras. 

Leonardo Barros: O primeiro livro foi produto de uma brincadeira de amigos que, por gostarem das histórias que eu contava, repetiam que eu “devia publicar um livro”. Mas a brincadeira se tornou um trabalho sério e comprometido com um bom resultado. Por isso comecei a estudar. O segundo livro, “O Maníaco do Circo” foi um grande sucesso que comprovou que eu estava no caminho certo. A partir daí, escrever se tornou um processo natural e contínuo. 

Ligados: Qual o reconhecimento do público em geral, sobre seus livros?

Leonardo Barros: A crítica tem sido favorável. Os livros têm grande aceitação entre os leitores. 

Ligados: Todos nós já recebemos críticas, sejam elas positivas ou negativas. No seu caso, elas o ajudaram a amadurecer como autor? 

Leonardo Barros: Claro que sim. Recebo críticas diariamente no meu perfil do Facebook. Alguns colegas escritores como o Lima Neto, e outros escritores que mantém blogs destinados à divulgação literária, também contribuem para esse processo de evolução. Mas tão necessário quanto saber ouvir é saber como reagir às críticas... Nem toda opinião é um ótimo conselho. Que pese sempre o bom-senso. 

Ligados: Quais as suas pretensões futuras? 

Leonardo Barros: Mais que uma pretensão, meu objetivo é escrever uma boa literatura, levar prazer e diversão ao leitor. O que vier, além disso, para mim, é lucro. 

Ligados: Possui algum projeto no momento?

Leonardo Barros: Tenho um suspense policial em edição. Mas o título ainda é sigiloso. 
Estou editando também a quinta publicação do escritor potiguar Ciduca Barros (meu pai). O livro vai estampar o meu selo editorial: LB Editor. 

Ligados: Pretende levar adiante o seu Selo Editorial, passando a publicar novos escritores?

Leonardo Barros: O selo "LB EDITOR" assina as minhas obras, algumas obras do escritor Ciduca Barros e um livro do escritor Jean Fernandes. Por enquanto, não tenho intenção de criar uma empresa a partir do selo. A ideia é ajudar amigos e novos escritores a publicarem suas obras. Logo o selo publicará o livro “Minha Gente Engraçada Do Seridó”, comédia de crônicas assinada por Ciduca Barros, caicoense e bancário aposentado que lançará, em seu quinto livro, uma coletânea de histórias engraçadas do seu povo. 

Ligados: Qual a dica que você deixa para quem está se engajando no meio literário?

Leonardo Barros: Estude. Seja humilde, mas não se humilhe. Estude muito. Persista. E fique esperto: tem muita gente querendo explorar financeiramente a vaidade do novo escritor! 

Perguntas Rápidas:
Um Autor (a): Nelson Rodrigues;
Um Ator (Atriz): Wagner Moura;
Um Site: facebook.com
Uma Música: “Hem of your garment”, da banda Cake.
Um Filme: Amnésia (Memento, Estados Unidos, 2001), de Christopher Nolan (roteiro e direção). 

Links com o seu material:
Canal no Youtube: youtube.com/leobarrosescritor;
Como adquirir suas obras: Os livros impressos podem ser encontrados na saraiva.com ou podem ser comprados diretamente do autor, através de contato pelo facebook. Todos os títulos estão disponíveis em versão digital na amazon.com.

Ligados: Deseja encerrar com mais algum comentário?

Leonardo Barros: Gostaria de agradecer a atenção e a gentileza do colega Thiago Jefferson, pois toda divulgação deve ser bem recebida pelo escritor. 


Autor: Thiago Jefferson - Criação: 06/04/2012 - Objetivo: www.ligadosfm.com

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Entrevista com o escritor Thiago Vilard no Ligados FM

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Saudações, leitores! Para estrearmos a nossa Coluna "Ligados Entrevista Literária", convidamos o romancista, dramaturgo e roteirista Thiago Vilard. Aos 29 anos de idade, é o autor dos livros "O Falso Profeta" (Editora Lua de Marfim) e "Por dinheiro, pela vida" (Editora Multifoco). Nascido no Rio de Janeiro, cidade onde reside, embora dividido com Belo Horizonte por causa de projetos, Vilard nos fala abertamente sobre o início de sua carreira literária até as suas pretensões futuras.

O autor Thiago Vilard

Ligados: Desde quando começou a escrever?

Thiago Vilard: Posso dizer que desde os meus oito anos de idade, que foi quando eu escrevi a minha primeira peça para a escola. A peça chamava-se "O Que Fizemos de Nossas Vidas", e era a história de quatro amigos que se reencontravam anos depois de separados e falavam sobre suas experiências e sobre o que tinha acontecido a cada um deles. Porém, essa peça só teve uma montagem grande em 1996, com direção de Luciana Victor, que, aliás, tinha sido minha professora de Artes Cênicas.

Ligados: Em que se baseia seu estilo literário?

Thiago Vilard: Baseia-se nas Relações Humanas, com estilo romanesco e folhetinesco. Minha escrita tem forte influência de Jorge Amado e de Sidney Sheldon.

Ligados: Quando surgiu o interesse pelo conteúdo abordado nas obras?

Thiago Vilard: "O Falso Profeta" surgiu quando me veio à mente que a história de um forasteiro que chegava a uma cidade dominada por um grupo de moradores, era muito interessante; me fazia ter vontade de escrever, de contar aquela trama. O "Por dinheiro, pela vida" surgiu de uma compilação de histórias que eu imaginava a cada vez que ia ao centro do Rio de Janeiro; reuni todos aqueles personagens que eu imaginava, com tramas paralelas, etc., montei na cabeça uma empresa que ficava no prédio do BNDES, uma disputa entre família envolvendo aquela empresa, e comecei a escrever, partindo da vilã da história.

Ligados: Quantos e quais livros já lançou?

Thiago Vilard: Já lancei dois. Um aqui no Brasil (Por dinheiro, pela vida), e o outro em Portugal (O Falso Profeta).

Ligados: Fale um pouco sobre as obras e/ou textos que já escreveu.

Thiago Vilard: Eu sou romancista, dramaturgo e roteirista de TV. Tenho uma paixão imensa pela escrita e pela Língua Portuguesa. Lembro do meu entusiasmo e alegria quando ganhei minha primeira máquina de escrever elétrica, uma Petit Eletronic, ainda criança. Minha prima havia comprado para mim em Paris. Eu passei a pegar o jornal O Globo, do qual minha mãe era assinante, lia as matérias e depois as reescrevia com as minhas palavras na máquina elétrica. Pena que a tinta da máquina durou pouco e mais tarde tive que comprar uma Olivetti 82, de maletinha. Guardo as duas máquinas até hoje, como se fossem relíquias. (risos) Depois comecei a me dedicar aos textos dramáticos, à criação ficcional. No teatro, já escrevi algumas peças, algumas encenadas, outras inéditas. Eu falo do teatro porque foi onde descobri verdadeiramente o meu fascínio por contar histórias. Depois vieram os dois romances. "O Falso Profeta" e o "Por dinheiro, pela vida". "O Falso Profeta", a princípio, eu havia escrito num caderno escolar. Possuo o original no caderno até hoje, parecendo um pergaminho. (risos) Anos depois, me dediquei também a aprender e escrever roteiros de TV e cinema.

Ligados: O seu romance "O Falso Profeta" foi publicado exclusivamente em Portugal. Por que optou por não publicá-lo no Brasil, e como você enxerga o mercado literário europeu?

Thiago Vilard: Na verdade a publicação de "O Falso Profeta" em Portugal aconteceu muito por um acaso. Eu fiquei sabendo que a editora de lá (Lua de Marfim) estava a procura de novos autores de Língua Portuguesa. Daí enviei o original, esperei a análise editorial por alguns meses, até que eles me sinalizaram com o “ok” para a publicação. Só sinto não ter podido comparecer ao lançamento, que se deu numa charmosa livraria de Lisboa. O meu livro é vendido em diversas cidades da Europa, mas vejo o mercado literário europeu com certa reserva. A Europa está em crise, e as pessoas tendem a deixar os livros em segundo plano, a depender da condição financeira. Isso afeta diretamente editores, autores, leitores e até mesmo o mercado publicitário. Ainda no caso de "O Falso Profeta", houve uma feliz coincidência: o livro é de época e optei por usar uma linguagem mais rebuscada, com pronomes e conjugações verbais típicas de Português de Portugal. Mas foi coincidência mesmo. Eu jamais poderia imaginar que um dia o meu livro fosse parar em terras lusitanas.

Ligados: Qual o reconhecimento do público em geral, sobre seus livros?

Thiago Vilard: Até agora tenho notado que o público se interessa pelos meus livros depois de ler as sinopses, isso é muito bom, porque é assim que acontece no dia-a-dia. Se você encontra um amigo na rua, por exemplo, e quer contar uma história para ele, você precisa convencê-lo de que tem uma boa história pra contar. Isso você faz nos primeiros segundos de conversa; a depender, o amigo vai parar para ouvir a sua história ou não. É mais ou menos isso que as sinopses dos romances tentam fazer. Tentam convencer o leitor de que você tem uma boa história para contar. Os meus livros têm feito isso com o público. E os que leram até agora, me falam muito bem deles. Gostaram realmente.

Ligados: Já recebeu críticas? Se sim, elas o ajudaram a crescer como autor?

Thiago Vilard: Digo que a única crítica que recebi foi de uma amiga muito querida, que leu o "Por dinheiro, pela vida" e não gostou que não houve punição para alguns personagens; e também porque matei a personagem que ela mais gostava. (risos) “Crítica oficial” ainda não recebi nenhuma. E para falar a verdade, se a gente for se ligar muito nas críticas, a gente não escreve nada. Nem sai de casa. (risos)

Ligados: Quais as suas pretensões para o futuro?

Thiago Vilard: Continuar a escrever os meus romances, me dedicar ao meu grupo de teatro em Belo Horizonte, escrever minhas peças como dramaturgo, e também fazer algum trabalho para a TV. Mas o que fiz até agora já me deixou bastante satisfeito. Do futuro, Deus se encarrega, amém.

Ligados: Possui algum projeto em andamento?

Thiago Vilard: Sim. Estou escrevendo o meu terceiro romance, já tenho 60 páginas escritas e ainda muita história pela frente. Vou entregá-la para o meu editor aqui no Brasil até o fim deste ano, assim espero. Depois devo escrever outro romance para ser publicado em Portugal. Fora isso, estou com uma peça para inscrição na Rouanet, depois para a captação, com excelentes atores, atrizes e diretor confirmados no projeto. O grupo de teatro do qual sou responsável em Belo Horizonte também vai estrear uma peça este ano, com dramaturgia escrita por mim. Também filmaremos um roteiro de um curta de minha autoria. E outros projetos mais secretos... (risos)

Ligados: Qual a dica que você deixa para quem está começando?

Thiago Vilard: Insistir e não deixar de acreditar que tudo é possível quando se tem fé e determinação. Acho que quando somos fiéis aos nossos sonhos, automaticamente eles são fiéis a nós também, e acabam por tornar-se realidade.

Perguntas Rápidas: 
Um Autor (a): Jorge Amado.
Um Ator (Atriz): Marly Bueno.
Um Site: JB FM
Uma Música: That’s Whate Friends Are For, da Diva Dionne Warwick.
Um Filme: Um Sonho de Liberdade, do genial Frank Darabont.

Links com o seu material:
Facebook: Thiago Vilard
Como adquirir suas obras nas lojas virtuais: Pelos sites da Editora Multifoco, Livraria Cultura, Livraria Leitura

Ligados: Agradecemos pela simpatia e presteza nas respostas. Um grande abraço e sucesso. Você deseja encerrar com mais algum comentário? 

Thiago Vilard: Quero agradecer a você e a todos os parceiros do Blog pela oportunidade inestimável de estar aqui, concedendo esta entrevista. Obrigado.


Autor: Thiago Jefferson - Criação: 23/03/2012 - Objetivo: www.ligadosfm.com

domingo, 1 de setembro de 2013

A Divina Comédia (da Formiguinha) Humana.

Citação de nomes que desenvolvem a produção da literatura infantojuvenil potiguar no Blog 101 Livros do RN. Compartilho abaixo.

Link original: Aqui


“A natureza criou o tapete sem fim que recobre a terra. Dentro da pelagem deste tapete vivem todos os animais respeitosamente. Nenhum o estraga, nenhum o rói, exceto o homem”.
Monteiro Lobato

Os primeiros livros direcionados ao público infanto juvenil apareceram no século XVIII. Escritores como La Fontaine e Charles Perrault escreviam suas obras, enfocando principalmente os contos de fadas. Com o tempo essa vertente literária foi ocupando seu devido espaço e apresentando sua importância. Com isto, muitos autores foram surgindo, como Hans Christian Andersen e os irmãos Grimm. No Brasil, Monteiro Lobato ficou popularmente conhecido pelo conjunto educativo de livros infantis, que constitui aproximadamente a metade da sua produção literária.
No Rio Grande do Norte, a produção infanto juvenil vem se desenvolvendo bastante nos últimos anos, com uma produção digna de status nacional. Autores como, Salizete Freire Soares, José de Castro, Monalisa Silvério, Carol Vasconcelos e Thiago Jefferson Galdino, são nomes representativos dessa literatura no estado.
O Professor Marcos Medeiros, escritor polivalente, autor de onze livros, antenado como universo literário, estreia nesta área (com uma obra de aspecto ético-didático-pedagógico relevante, levando em conta também que o autor é Doutor na área de Biologia), dando uma contribuição acentuada ao universo da literatura infantil no estado.
Confabulações em Cordel: A Formiguinha Perdida é uma fábula; gênero narrativo que tem origem no Oriente, mas que foi particularmente desenvolvido por Esopo, autor que viveu no século V a.C., na Grécia. Por meio dos diálogos entre os bichos e das situações que os envolviam, ele procurava transmitir sabedoria de caráter moral ao homem. Assim, os animais, nas fábulas, tornam-se exemplos para os seres humanos. A obra narra a história de uma formiga que invade um lar por conta da devastação do seu habitat natural, causada pelo homem. Aborda também a importância da conservação do meio ambiente, dentre outros aspectos sociais, tudo de uma forma lógica e dinâmica.
Marcos Medeiros reconhece (com justiça) a importância desse gênero na literatura, juntamente com o cordel, tornando a leitura muito criativa e divertida. Ao escrever “A Formiguinha Perdida”, o autor incentiva a formação do hábito de leitura na idade em que todos os caracteres se formam, isto é, na infância, muito embora a obra seja para crianças de todas as idades. Vale ressaltar a beleza gráfica do trabalho com capa e ilustrações belíssimas feitas pelo poeta Alexandre Souza.
Neste sentido, “A Formiguinha Perdida”, é um caminho que leva a criança a desenvolver a imaginação, as emoções, e os sentimentos de forma prazerosa e significativa gerando um momento propício de prazer e estimulação para a leitura. Em linguagem simples e atraente, a fábula da formiguinha perdida conquista imediatamente todos os seus leitores dos oito aos oitenta anos.

Por: Thiago Gonzaga. 

sábado, 20 de abril de 2013

Entrevista com o escritor mossoroense Thiago Galdino

Link original no blog 101 livros do RN: Aqui


101 Livros do RN: Thiago Galdino, fale-nos um pouco da sua infância. Onde você nasceu?

Thiago Galdino: Nasci e resido em Mossoró, num bairro chamado Lagoa do Mato, no dia 06 de setembro de 1993. Durante minha infância, andava de bicicleta por todo o Boa Vista e adjacências; soltava pipa sobre a linha do trem (que já havia sido desativada há anos, tanto é que não tive a oportunidade de conhecer as famosas locomotivas); brincava de “policia e ladrão”, “esconde-esconde”, “garrafão” e “Sete pecados” nas ruas com os amigos. Passado o período escolar, curtia as férias na casa do meu avô materno, na pacata Upanema, cidade de atmosfera suave e tranquila; quando não, passeávamos no Assentamento Fazenda Palheiros, Assú e/ou Felipe Guerra, onde moram diversos parentes interioranos. 

101 Livros do RN: Qual o livro que você leu quando criança que mais te marcou?

Thiago Galdino: Quando eu era criança, lembro que a minha mãe possuía toda a coleção “As Grandes Telenovelas”, lançada pela “Rio Gráfica e Editora” em meados de 1985. Esta reunião era composta por doze livros (entre eles “O Bem-Amado” e “Irmãos Coragem”, de Dias Gomes e Janete Clair, respectivamente) que vinham como brinde junto às caixas de sabão em pó da linha Omo. Infelizmente, eu ainda não havia aprendido a ler à época, e o meu passatempo consistia em contemplar as capas que, geralmente, possuíam ilustrações que muito me chamavam a atenção.
Mais tarde, passando de iletrado para leitor em formação, tive o meu primeiro contato com os gibis da “Turma da Mônica”, “Pato Donald”, “Mickey Mouse”, “Zé Carioca”, entre outros. Foi uma maravilha! Não se pode comparar quadrinhos com literatura, já que são artes que, embora associadas, se diferem, mas ninguém pode negar que as HQs funcionam, na maioria das vezes, como porta de entrada para as “letras impressas”, por possuírem uma comunicação extremamente fácil e uma infinidade de assuntos e gêneros que podem ser aproveitados. 
Por fim (retomando o questionamento), em 2000, ano em que iniciei o Ensino Fundamental, soube que o governo tinha acabado de destinar alguns livros infantis às escolas públicas do RN, e decidi que esta era a oportunidade perfeita de aventurar-me em uma literatura em “formato” de livro narrado. A primeira obra que me chamou a atenção, não me recordo ao certo por qual motivo, foi “Menina Bonita do Laço de Fita”, da escritora Ana Maria Machado. O livro traz algumas gravuras e trata a questão das diferenças, valorizando a diversidade a partir da raça negra. Nunca me esquecerei...

101 Livros do RN: E seus pais? Eles sempre apoiaram a sua decisão de escrever? 
Com que idade você compôs os seus primeiros escritos? E abordavam que temas?

Thiago Galdino: No intervalo das aulas na Escola Estadual Monsenhor Raimundo Gurgel, enquanto os outros alunos costumavam se divertir circulando e conversando pelos corredores, eu caminhava, sem pressa, pelos mundos fictícios entranhados nos livros, na biblioteca do colégio. Depois que os meus pais perceberam esse meu fascínio pela literatura, passaram a me presentear com obras da melhor qualidade; aquilo para mim era demais, mas até então, eu era apenas um leitor voraz.
Aos doze anos de idade, porém, fui pego por um início de depressão, e como forma de esquecer-me da angústia profunda, a princípio como um mero passatempo, comecei a esboçar, sem saber, o que viria a ser o meu primeiro livro. Acabei tomando gosto pela coisa, procurei textos que me interessavam e busquei aprofundamento no campo literário... No entanto, digamos que eu comecei a escrever com afinco em 2011, quando retornei aos rascunhos da minha infância e iniciei um processo de reescrita; ainda no mesmo ano, consegui o contrato com uma editora.
Antes de 2005, apenas tentava imitar os autores que eu lia ou arriscava, vez ou outra, pegar uma gravura de revista e criar alguma estória a partir dela. Desta forma, os temas eram variados e quase que sorteados (risos).

101 Livros do RN: Por favor, nos fale um pouco sobre a sua obra de estreia, "Suspeitas de um Mistério". Como surgiu a ideia inicial para a criação deste livro?

Thiago Galdino: “Suspeitas de um mistério” narra as peripécias e aventuras de dois irmãos pré-adolescentes que são exímios espiões-mirins. Eles são curiosos e não deixam passar quaisquer fatos, por mais sutis que sejam. Os jovens recebem uma carta dos seus tios, pedindo que visitem a sua fazenda, pois estão passando por sérios problemas financeiros. Quando chegam ao local, no entanto, os dois desconfiam de muitas coisas, a começar pelo estranho comportamento do tio, que todos os dias frequenta o bananal da família, mas não traz fruta alguma quando retorna à residência. Estranho também é que a bananeira diante da qual ele costuma ficar por longos períodos não dá frutos. E isto é só o início do problema. Muito mais fatos incomuns sobre o tio dos garotos ficam evidentes e os levam a seguir cada passo seu.
A ideia primária surgiu após a leitura do livro “Tom Sawyer, detetive” (1896), do ilustre escritor norte-americano Mark Twain. De alguma forma aquela obra me fisgou, me chamou a atenção, tanto que fiquei pensando nela por muito tempo após o “término”. Senti-me necessitado a escrever uma estória como aquela. 

101 Livros do RN: Quanto tempo levou para criar a obra? Como você se prepara para escrever um livro?

Thiago Galdino: Com os rascunhos em mãos, levei cerca de um ano e meio (sem contar as pausas que tive que dar vez ou outra a favor dos estudos escolares) recriando as personagens e alterando os cenários, diálogos e enredo aos moldes do leitor infantojuvenil, já que nesta primeira versão (fruto da infância) o público-alvo ainda não estava bem definido.
Antes de escrever, costumo ler bastante o gênero que abordarei, a fim de familiarizar-me com as peculiaridades, características, estilo e estrutura da categoria; em seguida, pesquiso extensamente sobre todos os elementos que envolverei na trama, criando uma espécie de roteiro sobre os cenários que serão posteriormente usados no desenrolar da estória; por último, anoto e esboço todo o enredo, que funcionará como um mapa através de tópicos seqüenciais (isso evita que o meu texto entre em contradição e saia do tema quando o livro começar a ser escrito).

101 Livros do RN: Como aconteceu o processo de editoração?

Thiago Galdino: Após o envio do original para apreciação, aguardei cerca de trinta dias para receber o parecer de aprovação da editora. Os demais processos (projeto gráfico e diagramação) foram concluídos em três meses, período este em que recebi a prova final do livro (capa e miolo) e pude apontar acertos, pequenas mudanças na capa e autorizar a produção gráfica para impressão. 

101 Livros do RN: Como se sente com a receptividade das pessoas que leram a sua obra?

Thiago Galdino: O livro de estreia é sempre o mais temido, afinal, ninguém quer ter o seu (primeiro) trabalho repreendido. Realizei um Book-tour da obra para ajudar na divulgação e receber o ‘feedback’ da narrativa; neste evento, recebi algumas críticas que me desencorajam a continuar escrevendo durante algum tempo, até alguém me perguntar qual dica eles me deram para consertar os erros que me foram apontados. Dei-me conta de que nenhuma! Foi quando percebi que estava em jogo o parecer individual de cada um, com base em suas apreciações literárias que, muitas vezes, poderiam não condizer com a qualidade do livro em âmbito global. “Só tem o direito de criticar aquele que pretende ajudar”, já dizia Lincoln.
Felizmente, passado este período, começaram a crescer o número de leitores que me diziam terem adorado a leitura da minha obra, de forma que os elogios superaram satisfatoriamente as críticas. Surgiram então oportunidades em coletâneas, portais literários, programas de televisão, entrevistas, etc.

101 Livros do RN: E na atualidade, o que você gosta de ler? Quais são os seus autores favoritos?

Thiago Galdino: Ultimamente tenho me dedicado exclusivamente a leitura de contos. Gosto da sua estrutura fechada, da narrativa concisa, da densidade psicológica e da presença de um único conflito que precede o desfecho.
Sem distinção por gêneros literários, gosto dos autores brasileiros Dalton Trevisan, Luiz Vilela, Lygia Fagundes Telles, Moacyr Scliar, Ignácio de Loyola Brandão, Whisner Fraga, Raul Drewnick, Pedro Bandeira... Dos estrangeiros: Mark Twain, Robert Louis Stevenson, Charles Bukowski, Alexandre Dumas, J. K. Rowling...

101 Livros do RN: Qual o seu escritor preferido dentro da literatura local? E nacional?

Thiago Galdino: Dentre os artistas regionais, destaco não um prosador, mas um poeta: Antonio Francisco. Os seus cordéis são de uma qualidade ímpar, em todos os aspectos. Admiro-me com a musicalidade dos seus versos, a fluidez e os temas abordados, que sempre me emocionam. Gostaria apenas de tê-lo conhecido antes, já que a sua companhia é sempre muito agradável; quando nos encontramos, são horas de conversas...
A nível nacional, sou fã incontestável do Pedro Bandeira. Os seus livros agradam a muitos por que tratam de emoções humanas, como afirmou, certa vez, o próprio escritor. Há neles uma narrativa hábil, mesclada com a arte de criar suspenses e se reinventar que só o Bandeira consegue fazer.

101 Livros do RN: Qual livro está na sua cabeceira no momento?

Thiago Galdino: Estou lendo a primeira edição (1997) da antologia “Contos Brasileiros”, organizada pelo escritor gaúcho Sergio Faraco e que reúne grandes nomes da literatura nacional, como Moacyr Scliar, Luiz Vilela, Dalton Trevisan, etc. Os textos presentes neste livro abordam sentimentos comuns a todos nós, como medo, melancolia, espanto e admiração, fazendo com que a obra se torne um retrato de realidades brasileiras do século passado.

101 Livros do RN: O que você acha do incentivo à literatura no RN? Por quê?

Thiago Galdino: Péssimo! Há omissão do poder público em relação às publicações, com órgãos culturais sem funcionamento; leis fissuradas que nunca saem dos papeis e falta de continuidade dos concursos literários. É preciso que se chame a atenção dos governos Estadual, Municipal e da própria sociedade.

101 Livros do RN: Qual o melhor momento para escrever?

Thiago Galdino: Nesta pergunta entra em questão a famosa frase “1% de inspiração e 99% de transpiração”. Muitos escritores dizem que não existe lampejo, mas prática constante. Eu, particularmente, acredito na “iluminação”, no anseio irrefreável de expor aquilo que me pede o manifesto. Esta inspiração pode me bater à porta a qualquer momento e em qualquer lugar, e antes que eu a abra, ela já se faz presente, sem cerimônias; é como se a ideia estivesse pedindo para ser dita, como se o subconsciente me apertasse forte para que eu a jogasse sobre o papel. Este é o melhor (no meu caso, único) momento para escrever. Já dizia Bukowski em seu poema “Então você quer ser um escritor?”: “(...) a menos que isso saia sem permissão do seu coração, da sua mente, da sua boca, do seu âmago, não escreva (...)”.

101 Livros do RN: Além de ficção, você escreve em outra vertente literária?

Thiago Galdino: Há pouco tempo entrevistei o Manoel Onofre Jr. e perguntei por que ele não se aventura também nos poemas, ao que me respondeu: “Infelizmente, não tenho o dom da poesia”. Sinceramente, acredito que eu também não o tenha. Já participei de movimentos e projetos culturais de incentivo à criação em versos, inclusive um desses textos será publicado em uma antologia que homenageará o poeta brasileiro Gonçalves Dias; porém, não é um gênero que me inspira, apesar de apreciá-lo em minhas leituras. No momento, o impulso criativo me puxa somente para a ficção.

101 Livros do RN: Do que sente falta no mundo da literatura?

Thiago Galdino: O Brasil não é um país de leitores, infelizmente. Existe aqui uma classe média que só agora está começando a criar o hábito da leitura, mas com livros caros e pouquíssimas livrarias. No inicio do ano passado li uma matéria que dizia que o número de leitores havia caído mais nove por cento desde 2007. Dá pra acreditar? Sim!

101 Livros do RN: Como você enxerga o mercado literário mossoroense para produções independentes e de novos autores?

Thiago Galdino: A editora Sarau das Letras e a Queima-Bucha estão na cidade justamente com o objetivo de incentivar a publicação independente e de autores estreantes (mas não somente), pois em nossa realidade, a editoração e publicação de livros ainda necessitam de incentivo e estímulo. Já que as verbas públicas são quase inexistentes (como já disse anteriormente), que haja ao menos uma espécie de orientação editorial proposta por estas editoras.

101 Livros do RN: Você tem contato com o pessoal que produz literatura em Mossoró?

Thiago Galdino: Com boa parte dos escritores, sim. Depois que se engaja no meio literário, o entrosamento acontece de forma quase natural. Propõe-se reuniões, lançamento em conjuntos, saraus, etc. 

101 Livros do RN: Você conhece outros jovens da sua geração/idade que têm obras publicadas, por exemplo, no RN?

Thiago Galdino: A literatura potiguar tem ganhado novos talentos nos últimos anos, o que é ótimo para o crescimento cultural do estado. Peço desculpas se estou esquecendo alguém, mas cito seis nomes que acredito ter bastante potencial: Daniel Násser (28 anos), macauense, autor da trilogia “A Ordem da Rosa Branca” e editor da ICEC; Gustavo Diógenes (19 anos), natural de Natal, autor do livro “Acáci – Mundo 17”, bastante elogiado pela crítica e prefaciado pelo poeta Sanderson Negreiros; J. B. Oliveira (21 anos), natural de Pau dos Ferros, autor da trilogia “Filho da Morte”, que teve o primeiro volume publicado pela editora carioca Multifoco; Leonam Cunha (18 anos), areia-branquense, autor do livro de poesias “Gênese”, publicado pela editora Sarau das Letras; Yuri Hícaro (26 anos), natural de Pau dos Ferros, autor do livro de poesias “Um Canto Conforme a Noite”, lançado pela Coleção Cultura Potiguar; por último e não menos importante, menciono a escritora Renata Nolasco (18 anos), natural de Mossoró, que estreou neste mês com o primeiro volume de uma coletânea intitulada “Guardiões”, lançada pelo selo ‘Dimensões Ficção’ em um evento na Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte. 

101 Livros do RN: E quais os seus planos literários para o futuro?

Thiago Galdino: Pretendo resgatar até o fim deste ano todos os contos que venho publicando em jornais, revistas, antologias e portais literários, e lançar em 2014 uma coletânea com esses textos. Estou também às vésperas de concluir o meu segundo infantojuvenil, mas este ainda adormecerá por um bom tempo em minha escrivaninha até que eu o sinta maduro o suficiente para ser publicado. Sobre os títulos, por enquanto ainda não posso revelá-los.

101 Livros do RN: Você foi convidado para ser colunista no blog e na revista Ligados. Poderia nos contar mais a respeito?

Thiago Galdino: Foi um convite bastante inesperado, vale ressaltar, mas que me deixou muitíssimo orgulhoso. O Ligados surgiu, segundo o professor e estudante de Letras Felipo Bellini (idealizador), da necessidade de se criar uma mídia alternativa que desse uma opção às pessoas de ler um conteúdo que não é visto com frequência na grande imprensa, o que o levou a contatar alguns amigos para escrever no site. Houve certa expansão, e surgiu também um programa de rádio em que se falava de livros e criavam-se agendas culturais e perfis de bandas potiguares, entre outros. Aconteceram alguns problemas internos, no entanto, e o programa foi extinto; nesse meio tempo já se falava sobre o lançamento de uma revista cultural com conteúdo 100% autoral, em que os próprios envolvidos pudessem expressar uma opinião própria sobre determinado tema, sem depender de ninguém para escrever. E é onde entro na história.
Eu tinha acabado de lançar “Suspeitas de um Mistério” e tentava divulgá-lo de todas as maneiras possíveis; através de pesquisas, encontrei referências a respeito do alternativo cultural e, tentando dar mais visibilidade à obra recém-publicada, enviei um exemplar para resenha e sorteio. O fato é que a equipe gostou tanto do livro que logo em seguida fui convidado para tornar-me colunista, onde o meu papel seria entrevistar escritores regionais e nacionais. Posso dizer que está sendo uma ótima experiência, pois com esse contato com os autores, acabo por aprender bastante através dos seus erros e acertos. Até o momento, minha coluna literária já conta com 27 matérias. O ligados também está em um momento bastante produtivo, e em breve fundaremos uma ONG que leva o mesmo nome.

101 Livros do RN: Thiago Galdino por Thiago Galdino?

Thiago Galdino: Esta é a pergunta que me move. Espero nunca conseguir respondê-la...

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Thiago Galdino: Um ano de atividades literárias


No dia 26-01-13 completei UM ano de atividades literárias (contado a partir da minha primeira publicação). Resolvi fazer uma espécie de retrospectiva, e embora não tenha sido lá grandes realizações, me orgulho deste meu começo artístico. Segue:

> Na 14ª edição do projeto “Um poema em cada árvore”, idealizado pelo poeta Marcelo Rocha e realizado pelo Instituto Psia, em Governador Valadares, Minas Gerais, o meu poema “Temor” ficou entre os 22 selecionados;

> Lancei em janeiro de 2012 o Infantojuvenil “Suspeitas de um mistério”, publicado pela editora carioca Multifoco;

> Na 32ª edição da Revista Eletrônica Samizdat, editada pelo escritor Henry Alfred Bugalho, o meu conto “Criança prodígio” foi selecionado para figurá-la;

> Na 17ª edição do projeto “Um poema em cada árvore”, idealizado pelo poeta Marcelo Rocha e realizado pelo Instituto Psia, em Governador Valadares, Minas Gerais, o meu poema “Lágrimas tubuladas” ficou entre os 31 selecionados. Nesta edição comemorativa ao Dia Nacional da Poesia, a ação aconteceu também em Xapuri (AC) e Rio Branco (AC);

> Na 23ª edição do Jornal Clandestino, fundado e editado pelo escritor Mário Gerson, o meu conto “Janela da alma” e a minha poesia “Tragando verdades” foram selecionados para figurá-lo;

> Na edição 121 da revista semanal de difusão cultural ContemporARTES, o meu conto “O dia de Valentina” foi selecionado para figurá-la;

> Na 16ª edição da Revista Oeste, do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP), o meu conto “Meu caro Jorge” foi selecionado para figurá-la;

> Na 4ª edição do Jornal O Pirata, fundado e editado pelo poeta Luiz Luz, o meu conto "Jogo de Dados" foi selecionado para figurá-lo;

> Na 6ª edição do Concurso Literário de Presidente Prudente, promovido pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo por meio da Biblioteca Municipal Dr. Abelardo de Cerqueira César, o meu conto “In-versos da morte” foi selecionado para figurar em antologia. 


Ainda no campo literário:

> Fui finalista (4° lugar) do Desafio dos Escritores, categoria "Contos do México", promovido pelo Núcleo de Literatura do Espaço Cultural da Câmara dos Deputados;

> Em Março/2012, passei a fazer parte do quadro de colunistas do Blog e da Revista eletrônica Ligados, na seção de entrevistas literárias, idealizada pelo Felipo Bellini (Até o presente momento, foram entrevistados 23 escritores);

> A obra "Suspeitas de um mistério" recebeu, até o presente momento, nove resenhas;

> Foram publicadas onze matérias sobre mim (Incluindo entrevistas, divulgações e opiniões).